O mar voltou a dar prendas do passado a Esposende — mas continua a engolir-lhe a costa
Estruturas e canais compostos por placas de xisto foram encontrados na praia de Guilheta depois de o mar ter levado consigo o que os cobria. Mais uma vez, a atenção de um cidadão permitiu um registo atempado dos achados por parte dos arqueólogos.
Nem os dias frios afastam António Caramalho da praia. Como “uma pessoa tem de se mexer” e, por isso, dar “uma voltinha”, costuma frequentá-la tanto no Inverno como no Verão. Na verdade, a passeata acontece em qualquer estação — e, sem contar, pode ser surpreendente. Foi o que aconteceu há duas semanas na praia de Guilheta, na freguesia de São Paio de Antas, em Esposende. Numa noite de lua cheia, a 28 de Março, “o mar, mais agitado, cavou na duna” e deixou a descoberto “umas coisas um pouco estranhas, que davam a entender que faziam parte de uma construção”. Não foi o único a dar pelo que a água havia descoberto, mas, uma vez que já costuma estar atento a estes achados, entrou rapidamente em contacto com a arqueóloga da Câmara Municipal de Esposende, Ana Paula Almeida. E fez bem. O que por ali se encontrou estará associado “à exploração de recursos marinhos”, provavelmente de sal, e remontará “à Idade Média ou à Época Romana”.
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