Em 2005, no dia que Newark chama Philip Roth Day — 23 de Outubro —, foi inaugurada uma praça com o nome do autor de Pastoral Americana. Philip Roth tinha 74 anos, grande parte da obra já publicada e uma amargura várias vezes evidenciada não por descuido mas por administração cautelosa. “Hoje, Newark é a minha Estocolmo e esta placa é o meu prémio.” O episódio vem narrado em Philip Roth: The Biography, de Blake Bailey. A praça Philip Roth fica numa zona suburbana de Newark, na esquina com a Summit Avenue e a Keer, em frente a uma das casas onde o escritor passou parte da infância, hoje um bairro de vivendas decadentes que já pertenceram a gerações de judeus, afro-americanos, latinos de classe média baixa. Bem perto está o liceu de Weequahic onde Roth estudou e que é frequentado por uma maioria de alunos negros, realidade distinta das décadas de 40 ou 50, antes da “queda” de Newark nos riots dos anos 60. É uma zona de criminalidade elevada, sem qualquer atracção que não o facto de ali ter nascido e vivido um dos grandes escritores da América. Custa a crer que seja o prémio pelo qual Roth ansiou.
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