Os juízes não são assim
Não me pronuncio sobre a relevância disciplinar dos comportamentos deste “juiz”. Mas posso dizer, sem dúvida, que, no plano da integridade da conduta, os factos conhecidos envergonham todos os juízes e chocam de frente com os princípios éticos que estes acolhem e observam.
Há muitos anos, um velho juiz contou-me uma história dos seus tempos antigos que lhe ensinou uma lição. Num julgamento com um réu provocador, tinha-se deixado ir atrás da troca acalorada de palavras e quando deu por isso estava a desafiá-lo para andarem à porrada à porta do tribunal. Lá conseguiu acabar o julgamento e calar o réu, mas nunca mais se esqueceu da vergonha pela triste figura que fez nem da aflição que sentiu com o que podia ter sido se ele tivesse aceitado o desafio. Lembrei-me desta história por causa do caso bizarro do juiz que, depois de dez anos de anonimato numa licença sem vencimento, apareceu agora de rompante para embaraçar a justiça com atitudes tresloucadas, para as quais não se vê nenhuma explicação boa.
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