Marcelo volta ao país real com um “Portugal Próximo” no Minho
Presidente pode regressar à estrada em Maio, mas tudo depende da evolução da pandemia.
O Presidente da República vai realizar um roteiro “Portugal Próximo” no Minho, com visitas a várias instituições, empresas e entidades da região. No anterior mandato, Marcelo Rebelo de Sousa já fizera jornadas idênticas no Alentejo, no Algarve, na Beira Interior, em Trás-os-Montes e nos Açores. A data ainda depende de algumas variáveis relacionadas com a evolução da pandemia, mas se o desconfinamento se mantiver conforme previsto, poderá realizar-se em Maio.
O Observador noticiou este regresso do Presidente ao terreno (que o PÚBLICO confirmou com Belém) explicando que Marcelo pretende dar sinais de confiança relativamente ao plano para desconfinar que o Governo anunciou a 11 de Março. Além de participar na Cimeira Ibero-Americana, nos dias 21 e 22 de Abril, em Andorra, o Presidente prevê ainda visitar um ou dois países africanos de língua oficial portuguesa antes do Verão.
Estão ainda pendentes, para se realizarem possivelmente em Junho, duas visitas à Eslovénia e à Bulgária que chegaram a estar marcadas para 2020. No mesmo mês, as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas terão lugar entre a Madeira e a Bélgica. Para mais tarde — 17 de Julho — está marcada a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, em Luanda.
Até começar a sair mais frequentemente do Palácio de Belém, o Presidente tem ainda a tarefa que se auto-atribuiu de ouvir várias individualidades com vista a discutir a recuperação do país. O Observador adianta que serão mais de 20 economistas, incluindo “directores de faculdades de Economia e economistas que estão em Portugal, mas também no estrangeiro”. Ao longo de um mês, Marcelo ouvirá ainda gestores de empresas e responsáveis do mundo do trabalho, como dirigentes sindicais. A agenda será revelada diariamente.
Na segunda-feira, depois de Marcelo se ter reunido com Mário Centeno, ex-ministro das Finanças e actual governador do Banco de Portugal, a Presidência emitiu uma nota, na qual se lia que “o Presidente da República recebe amanhã [esta terça-feira] António Costa e Silva, principal autor do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e, seguidamente, um a um, Filipe Santos, da Universidade Católica, Daniel Traça, da Nova SBE, e Clara Raposo, do ISEG”.
No dia 16 realiza-se a audiência com o Governo — uma equipa liderada pelo ministro do Planeamento, Nelson de Souza.
O plano de Belém para desconfinar está dependente de variáveis relacionadas com a pandemia. Embora se mostre confiante, o Presidente não deixa de apelar à cautela dos portugueses para evitar um novo confinamento. “Temos de fazer tudo para que não haja quarta vaga em Portugal”, disse, no último fim-de-semana, após uma visita ao lar Quinta Alegre da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“Apelo novamente aos portugueses: estamos no sábado que antecede o domingo de Páscoa, no fim de uma semana muito intensa em termos de encontros familiares, antes de semanas de abertura na economia, na escola e na sociedade… Aquilo que eu tenho a pedir é que todos façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para que o R não suba, para que o número de casos não suba, para que o número de internados estabilize ou diminua”, afirmou.