Sobe para 34 o número de mortos das cheias em Timor-Leste

Com milhares de deslocados em Díli, há ainda muitos desaparecidos. Para além de muitas habitações familiares, as inundações provocadas pelas chuvas intensas deixaram muitos danos em pontes e estradas.

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Estrada que desabou com as cheias na zona ribeirinha de Díli ANTONIO DASIPARU/EPA

O número de mortos causado pelo mau tempo do fim-de-semana em Timor-Leste aumentou para 34, segundo um balanço ainda provisório da Protecção Civil. Deste total, 13 foram registados Díli, onde na segunda-feira já havia sete mil desalojados, e 12 na zona de Manatuto. Há ainda várias pessoas dadas como desaparecidas.

No caso de Díli, Comoro foi uma das zonas mais afectadas devido à subida significativa do rio. No resto do país, e além dos 12 mortos em Manaturo, registaram-se sete mortos em Ainaro, um em Baucau e outro em Aileu.

As cheias em vários pontos do país provocaram milhares de deslocados, com muitas casas destruídas e danos avultados em infra-estruturas, incluindo pontes e estradas destruídas. Houve ainda danos significativos em várias escolas e outros edifícios públicos, mas os estragos ainda estão a ser avaliados.

Após três dias de chuva intensa, no domingo grande parte da cidade de Díli estava inundada, com os leitos das principais ribeiras a transbordar.

O primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, visitou esta terça-feira vários locais da capital: há danos graves em estradas, derrocadas de terra e lama em várias zonas e diques de ribeiras que foram derrubados. Muita água permanece em várias zonas, incluindo no interior de edifícios públicos, ao mesmo tempo que o serviço de electricidade continua a ser intermitente e algumas áreas da cidade estão há mais de 24 horas sem luz.

O lixo também se acumula por toda a cidade, com terra e lama acumulados em lugares como Taibessi ou a estrada ao lado da Ribeira Halilaran – com a ribeira praticamente tapada com terra, a ponte do seminário menor de Nossa Senhora de Fátima sofreu danos e está em risco de cair. Aliás, várias pontes precisam de intervenção urgente, incluindo a que liga à zona do Hospital Nacional Guido Valadares e as que cruzam a ribeira de Maloa, o Palácio Presidencial, e toda a zona ribeira do rio de Comoro.

Dos mais de sete mil desalojados contabilizados na segunda-feira em Díli, mais de 3500 pessoas foram entretanto alojadas temporariamente em onze locais. Apesar dos esforços do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, das ajudas públicas e do apoio de empresas e cidadãos individuais, falta comida e água, para além de materiais para que as pessoas possam recomeçar a construir as suas casas.

A União Europeia manifestou entretanto o seu apoio ao “Governo e [ao] povo de Timor-Leste”, disponibilizando-se para prestar “mais assistência” ao país através do seu Mecanismo de Protecção Civil, que prevê uma ajuda que pode ir do envio de alimentos, equipamento ou abrigos até ao destacamento de equipas de peritos.