Nova Zelândia aumenta salário mínimo e os impostos para os 2% com mais rendimentos

Muitos dos trabalhadores essenciais neozelandeses que se mantiveram em actividade durante o confinamento recebem o salário mínimo.

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Jacinda Ardern disse que estas medidas já deveriam ter sido tomadas há muito tempo Reuters

O Governo de Jacinda Ardern aumentou o salário mínimo a partir desta quinta-feira, para 20 dólares a hora (17,5 euros), numa medida que vai abranger cerca de 175 mil trabalhadores, para além de alguns pequenos aumentos do subsídio de desemprego e de baixas por doença.

A medida deverá aumentar os ordenados num total de 216 milhões de dólares (184 milhões de euros).

Por outro lado, o Executivo aumentou ainda os impostos para o escalão dos que têm maiores vencimentos – mais do que 180 mil dólares (153 mil euros) por ano para 39%. Serão cerca de 2% dos neozelandeses, e a medida trará mais 550 milhões de dólares (468 milhões de euros) em receita.

No decurso da pandemia, muitos dos trabalhadores dos sectores essenciais recebiam o salário mínimo. Estes incluem os que trabalhavam em aeroportos e fronteiras, considerados “a linha da frente de defesa” contra o vírus. A Nova Zelândia adoptou desde cedo uma estratégia de supressão (e não de mitigação), e a primeira medida que o Governo de Ardern impôs em Março foi mesmo uma quarentena obrigatória para quem chegasse de fora, seguida de um confinamento rigoroso.

Em 2020, os sindicatos tinham pedido um aumento do salário para estes trabalhadores. “É muito importante para eles. Parte é o dinheiro, parte é a dignidade de se sentirem recompensados pela comunidade pelos sacrifícios que fizeram”, disse o dirigente sindical John Crocker à televisão neozelandesa TVNZ.

Jacinda Ardern disse que as mudanças são o cumprimento de uma promessa pré-eleitoral e que representam “melhorias reais e que deviam já ter sido feitas há muito tempo para o apoio às pessoas mais vulneráveis”.

A oposição criticou as medidas. “Aumentar drasticamente o salário mínimo num período de extrema incerteza para pequenas empresas é vandalismo económico”, disse o porta-voz para as relações no trabalho do Partido Nacional, Scott Simpson.

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