Uma, duas, três histórias do Suez

Desligar a globalização não é possível, profetizar o seu fim é fútil. O que nos compete, e fazemos menos do que deveríamos, é debater como a globalização se vai fazer. Como. E não “se”.

Diz-se que os faraós tinham um canal que ligava o Mar Vermelho ao Nilo. Mas o Canal do Suez moderno é definitivamente uma criatura da finança e da indústria do século XIX, e o seu criador é Ferdinand de Lesseps. Diplomata, engenheiro e habilíssimo captador de capital, Ferdinand de Lesseps começou a sonhar construir um canal que ligasse o Mar Vermelho ao Mediterrâneo depois de a sua carreira diplomática o ter levado ao Egito. Mas foi com o apoio do II Império Francês e do seu imperador Napoleão III que a Companhia Universal do Canal do Suez fundada por Lesseps reuniu os mirabolantes fundos necessários para fazer a obra, que o próprio Lesseps dirigiu após a morte do primeiro engenheiro, e que foi completada em dez anos, de 1859 a 1869.

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