Museu Tate Britain inaugura retrospectiva de Paula Rego no Verão
A exposição, que estava inicialmente programada para abrir a 16 de Junho, é promovida como a maior e mais abrangente retrospectiva da obra da artista nascida em Lisboa em 1935 e radicada em Londres desde os anos 60.
A pintora portuguesa Paula Rego vai estar em destaque este Verão no museu Tate Britain, em Londres, que confirmou uma grande retrospectiva da obra entre 7 de Julho e 24 de Outubro, um mês depois da data inicialmente prevista.
A exposição, que estava inicialmente programada para abrir a 16 de Junho, é promovida como a maior e mais abrangente retrospectiva da obra da artista nascida em Lisboa em 1935 e radicada em Londres desde os anos 60. “Desde a década de 1950, Paula Rego desempenhou um papel fundamental na redefinição da arte figurativa no Reino Unido e internacionalmente. Uma artista intransigente, com um extraordinário poder imaginativo, que revolucionou a forma como as mulheres são representadas” na pintura, anuncia o museu no seu site. A mostra albergará 100 obras incluindo colagens, pinturas, desenhos, gravuras, esculturas da autora que foi casada com o pintor Victor Willing (1928-1988).
O museu está actualmente encerrado devido às restrições decretadas pelo Governo britânico para controlar a pandemia de covid-19, e o plano de desconfinamento só prevê a reabertura de espaços culturais em Inglaterra a partir de 17 de Maio.
A exposição vai começar com uma selecção dos primeiros trabalhos de Rego raramente vistos, nos quais a artista explorou temas da sua própria biografia, mas também questões sociais, como por exemplo Interrogation, quadro pintado aos 15 anos de idade. Nas pinturas, colagens e desenhos das décadas 1960 e 1970 é manifesta a oposição de Rego à ditadura portuguesa, usando uma variedade de fontes de inspiração, incluindo anúncios, caricaturas e notícias. A partir da década de 1980, deixa as colagens e dedica-se à pintura, combinando memórias de infância com uma das suas causas de eleição, a defesa dos direitos da mulher.
A exposição vai incluir pinturas importantes daquele período, como quadros da emblemática série The Vivian Girls ou The Policeman's Daughter.
A exposição vai também mostrar gravuras de série Nursery Rhymes de 1989, na qual, segundo um comunicado do museu, “Rego explora a estranheza e a crueldade das tradicionais canções infantis britânicas”, e grandes pastéis de óleo de figuras femininas solteiras dos anos 1990 a 2000, incluindo as séries Mulher Cão e Aborto.
Será ainda possível ver o monumental políptico Possessão I-VII (2004), raramente exposto em público, mas que esteve na grande exposição que o Museu de Arte Contemporânea de Serralves (MACS) dedicou a Paula Rego em 2004.