Mais de 60 mil profissionais das escolas foram vacinados neste fim-de-semana

Número definitivo só deverá ser conhecido nesta segunda-feira. Coordenador do plano de vacinação diz que este fim-de-semana foi um “teste” que correu bem e admite que vai ser necessário contratar profissionais para cumprir objectivos.

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Professores e pessoal não docente aguardavam, este sábado, para ser vacinados em Valongo Nelson Garrido

O primeiro fim-de-semana dedicado a vacinar o pessoal das escolas chegou ao fim com mais de 60 mil profissionais do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo vacinados. Um número que ainda pode crescer, já que os dados definitivos só serão actualizados já na madrugada desta segunda-feira, disse ao PÚBLICO o coordenador do plano nacional de vacinação contra a covid-19, o vice-almirante Gouveia e Melo.

As expectativas eram que fosse possível vacinar entre 65 a 70 mil docentes e não docentes e Gouveia e Melo acredita que a contagem final “não irá variar muito” destes valores. “Já garantidos estão mais de 60 mil”, dizia, pouco antes das 20h.

De manhã, numa visita a um centro de vacinação no Algarve, em que acompanhou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, o vice-almirante já afirmara estar “bastante contente” com o “teste” realizado este fim-de-semana com a vacinação do pessoal das escolas. Ao final do dia, ao PÚBLICO, confirmava que “o processo correu bem”, ainda que haja pontos a corrigir. “Há coisas que temos de afinar e aprender, mas nada de muito negativo ou de muito preocupante”, disse. 

Exemplo: nem todas as pessoas que deveriam ter sido contactadas para ser vacinadas este fim-de-semana o foram. Esses casos serão “recuperados” para o próximo fim-de-semana dedicado à vacinação do pessoal das escolas, que irá decorrer a 10 e 11 de Abril e que vai incluir já docentes e não docentes de outros níveis de ensino. Gouveia e Melo já anunciara que até ao final de Abril quer ter todo o pessoal das escolas vacinado, até ao secundário.

Ordem para contratar

Durante a manhã, o coordenador do plano de vacinação assumira que será necessário contratar pessoal para garantir que as metas em cima da mesa são cumpridas, nomeadamente, para garantirem o funcionamento dos 150 postos de vacinação que deverão abrir e o objectivo, também confirmado pelo primeiro-ministro António Costa, de se vacinar 100 mil pessoas por dia já em Abril. “Vai ser necessário certamente contratar profissionais de saúde. Quantos? É o que nós estamos a apurar neste momento”, disse, no Algarve, aos jornalistas, citado pela agência Lusa.

O “teste” que constituiu a operação deste fim-de-semana irá ajudar a chegar a uma conclusão sobre esse facto, acrescentou, na altura: “Este processo de vacinação dos docentes e não docentes na área do ensino é um processo que, para além de ser benéfico para o ensino, como é evidente, também é um processo desse ensaio e desse teste, e essas conclusões serão todas agregadas em resultados que permitem depois afinar com mais certeza quantas pessoas é que são necessárias contratar.”

No mesmo dia em que chegou ao fim a primeira ronda de vacinação do pessoal do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) revelou que Portugal tinha registado, no sábado, dez mortes e 365 novos casos de covid-19. No total, desde o início da pandemia, o país soma 820.407 casos confirmados e 16.837 vítimas mortais. 

Os dados da DGS davam conta que existiam mais 15 pessoas hospitalizadas em relação ao balanço anterior e menos seis nos cuidados intensivos. No total, 633 doentes estão ainda internados, 142 destes nos cuidados intensivos. 

Em relação ao dia anterior também existem mais 384 pessoas recuperadas, num total de 775.391 recuperações desde Março de 2020. Existem, assim, menos 29 casos activos, o que significa que 28.179 portugueses ainda lidam com a doença (o número mais baixo desde 31 de Dezembro). Há 15.602 contactos em vigilância pelas autoridades, mais 198 do que no último balanço. A maior parte das vítimas mortais que figuram nesta última actualização tinha mais de 80 anos (foram contabilizadas seis mortes nesta faixa etária). 

O país mantém-se na zona verde da matriz de risco. Se os indicadores permanecerem nesta zona, o desconfinamento poderá continuar a avançar, mas se o país chegar à zona amarela ou vermelha, a reabertura da sociedade e da economia poderá ser travada ou revertida.

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