Madeira afectada por dois apagões gerais devido ao mau tempo. Governo pede à população que fique em casa

Protecção Civil registou cerca de 100 ocorrências no sábado. O presidente do Governo da Madeira avançou que foram registadas vinte mil descargas atmosféricas na região. Dois dos relâmpagos foram de grande intensidade e provocaram os apagões.

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Paulo Pimenta

A ilha Madeira foi afectada, nas últimas horas, por dois grandes apagões gerais causadas pela tempestade que atinge o arquipélago e que também provocou inundações e queda de muros em vários pontos da região. O primeiro apagão aconteceu na noite de sábado, por volta das 20h30 e o segundo na manhã deste domingo, por volta das 7h da manhã. A intensidade da tempestade desactivou o sistema na Central Eléctrica da Vitória, localizada no Funchal e provocou um apagão geral.

A Empresa Electricidade da Madeira conseguiu repor, nos dois casos, a energia cerca de duas horas depois dos apagões. A trovoada e as descargas eléctricas persistiram durante a madrugada, indicou à agência Lusa fonte do Governo Regional da Madeira. 

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, disse esta manhã que não há registo de danos significativos nas estradas e que “as ribeiras aguentaram bem, com excepção de pequenos ribeiros que transbordaram”.

“Nas últimas 24 horas deu-se uma situação anormal que nunca foi constatada. Vinte mil descargas atmosféricas [afectaram] a região, isto significa raios e relâmpagos e muitos deles atingiram território. Dois destes raios, muito fortes, atingiram às 20h40 a linha entre a Vitória e a Calheta, provocando interrupção do abastecimento da electricidade durante cerca de duas horas. Depois, por volta das 7h da manhã, um raio de igual potência provocou nova interrupção. Um raio com esta carga é o equivalente ao abastecimento total da região. Provocou danos, mas trabalhamos para repor a electricidade rapidamente”, disse, em directo na SIC Notícias.

Miguel Albuquerque disse ainda que seis agregados familiares tiveram que ser realojados por viverem em “habitações precárias” que ficaram com alguns danos.

No Funchal, um dos concelhos mais afectados pelo temporal, os Bombeiros Sapadores indicaram que estão envolvidos em diversas acções de socorro e limpeza, relacionadas com inundações e queda de muros.

O presidente do Governo da Madeira recomendou que a população permaneça em casa este domingo e que evite circular nas ruas porque podem existir “zonas com carga de água que podem desabar”.

No sábado, o Serviço Regional de Protecção Civil registou cerca de 100 ocorrências em toda a região, e mantém 40 operacionais de prevenção, particularmente no Funchal.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que chegou a colocar parte da ilha em alerta vermelho, mantém agora o arquipélago sob aviso laranja [Madeira] e amarelo [Porto Santo] até às 12h deste domingo, sendo que o mau tempo afecta todo o território desde a madrugada de sábado, com chuva forte, queda e granizo e trovoada.

A rotura de uma conduta motivou também o encerramento de uma estrada no Funchal e o corte no fornecimento de água potável numa área da freguesia de São Gonçalo, uma das dez que compõem este concelho. As más condições meteorológicas afectaram a operação no Aeroporto Internacional da Madeira, com dois voos oriundos do Porto a divergir para Porto Santo.