Covid-19 em Portugal: mais 16 mortes e 248 infectados. Há mais de meio ano que não havia tão poucos casos
Desde Setembro que não se registavam tão poucos casos diários no país. Há mais seis pessoas internadas nos hospitais portugueses, num total de 771, e menos cinco em unidades de cuidados intensivos, num total de 165.
Portugal registou mais 16 mortes e 248 novos casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 (o que corresponde a um aumento de 0,03%), de acordo com os dados mais recentes da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Há mais de meio ano que não se registavam tão poucos casos diários no país — desde 1 de Setembro, data em que Portugal contabilizou mais 231 infecções.
Importa sublinhar que, por norma, as segundas-feiras são dias com números mais baixos de novos casos, tanto pelo menor número de testes feitos ao longo do fim-de-semana, quanto pelos potenciais atrasos na comunicação dos novos casos positivos.
Há mais seis pessoas internadas nos hospitais portugueses, contabilizando-se agora um total de 771 pacientes hospitalizados com covid-19. Por outro lado, registam-se menos cinco pessoas com a doença em unidades de cuidados intensivos, num total de 165.
Divulgados no boletim desta segunda-feira da Direcção-Geral da Saúde, os dados correspondem à totalidade de domingo. No total, o país contabiliza 16.784 óbitos por covid-19 e 817.778 casos confirmados desde Março.
A incidência da covid-19 na população portuguesa continua a diminuir, mas o índice de transmissibilidade da doença, o R(t), tem vindo a subir ligeiramente nos últimos dias. Actualmente, o R(t) fixa-se nos 0,89, mas, se for considerado apenas o território continental, este indicador desce para os 0,88. Quanto à incidência a 14 dias por cem mil habitantes, a média nacional é de 81,3 novos casos, com o continente a registar 70,3 novas infecções.
Comparando estes dados, conclui-se que o R(t) nacional teve uma subida ligeira de 0,86 para 0,89 entre a passada sexta-feira e esta segunda-feira. Em sentido contrário, a incidência da doença desceu de 87,2 casos para 81,3 casos por 100 mil habitantes.
O país mantém-se na zona verde do “semáforo” apresentado pelo primeiro-ministro, António Costa, para o desconfinamento. Estes quadrados – figura que ilustra o artigo – ditam a velocidade do desconfinamento e combinam a incidência do vírus com o índice da transmissibilidade. Se o país permanecer na área verde, o desconfinamento poderá avançar, com a abertura progressiva de negócios e o regresso das restantes actividades. Este desconfinamento poderá ser paralisado se o país chegar à zona amarela, em caso de agravamento destes indicadores epidemiológicos, ou ser revertido caso Portugal entre na área vermelha.
Norte, Alentejo, Algarve e Açores sem vítimas mortais
Segundo os dados que constam do boletim, Lisboa e Vale do Tejo soma 75% dos óbitos reportados nesta segunda-feira, tendo registado mais 12 mortes e 85 casos. Já a região norte contabiliza mais 58 infectados, não tendo reportado nesta segunda-feira nenhuma vítima mortal.
Recuperaram da doença mais 555 pessoas, contabilizando-se agora um total de 767.874 recuperados. Há ainda a registar menos 323 casos activos de infecção, num total de 33.120.
As 16 vítimas mortais identificadas nos dados desta segunda-feira incluem um homem entre os 50 e 59 anos; um homem entre os 60 e 69 anos; cinco homens entre os 70 e 79 anos; e quatro homens e cinco mulheres (56% das mortes reportadas nesta segunda-feira) com mais de 80 anos — a faixa etária mais afectada em termos de óbitos.
O Norte contabiliza um total acumulado de 329.542 casos confirmados desde o início da pandemia, sendo a zona do país com maior número de infecções. Seguem-se Lisboa e Vale do Tejo, com 309.842 casos; o Centro, com 116.688 casos (mais 27 em relação ao dia anterior); o Alentejo, com 28.910 casos (mais 13); e o Algarve, com 20.469 infectados (mais 44). O arquipélago dos Açores regista um total de 3965 casos de infecção (mais 11) e a Madeira contabiliza 8362 casos (mais dez).
Lisboa e Vale do Tejo regista 7095 mortes por covid-19 acumuladas desde Março, a região norte 5289 e o Centro soma 2989 mortes (mais três). O Alentejo e o Algarve mantêm-se com 966 e 351 mortes, respectivamente, não tendo reportado nenhuma vítima mortal nesta segunda-feira, assim como o arquipélago dos Açores, que contabiliza 28 óbitos por covid-19. Já a Madeira registou mais uma morte causada pela doença, num total de 66.
Vacina da AstraZeneca volta a ser administrada em Portugal
A vacina contra a covid-19 da AstraZeneca voltou a ser administrada nesta segunda-feira em Portugal continental, uma semana depois de ter sido suspensa devido a relatos em vários países de casos de coágulos sanguíneos.
No final da semana passada, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deu luz verde a esta vacina, considerando-a “segura e eficaz”, embora sem ter conseguido provar uma relação de causa-efeito entre a sua administração e os casos raros de formação de coágulos sanguíneos. A EMA garantiu que mais estudos vão ser feitos, enquanto deve prosseguir a vacinação contra uma doença que garantidamente pode matar – a covid-19.
Segundo dados da última semana, Portugal já tinha recebido cerca de 400 mil doses desenvolvidas pelo laboratório sueco e pela Universidade de Oxford, das quais foram administradas 230 mil, ficando 170 mil guardadas em armazém.
Desde o início da vacinação, Portugal administrou 1.348.331 vacinas contra a covid-19 até domingo: 902.527 de primeira dose e 445.804 de segunda dose.
A vacina da AstraZeneca mostrou ter uma eficácia de 79% na protecção contra a covid-19 com sintomas num ensaio clínico norte-americano com 32 mil voluntários, no qual foi incluído um número suficiente de pessoas mais velhas.
Nos participantes com mais de 65 anos, a eficácia da vacina foi de 80%, segundo um comunicado da farmacêutica anglo-sueca, e a vacina foi bem tolerada. Cerca de 20% dos voluntários nos Estados Unidos, Peru e Chile pertenciam a este grupo etário, e 60% deles tinham comorbilidades para a covid-19, como diabetes, obesidade grave ou doenças cardíacas.
De acordo com o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, a Europa poderá alcançar imunidade colectiva contra a covid-19 a 14 de Julho, sendo esperado um aumento das entregas de vacinas.