Cerca de 100 manifestantes protestaram em Lisboa contra “pandemia” de racismo

Este domingo assinala-se o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, que, em Portugal, contou com manifestações em Lisboa, no Largo de São Domingos, e no Porto, na Praça dos Poveiros.

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Manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Mamadou Ba, na manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos
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Manifestação em Lisboa Nuno Ferreira Santos

Cerca de uma centena de manifestantes protestaram este domingo junto ao Rossio, na baixa de Lisboa, no Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, contra o racismo, xenofobia e a discriminação, uma “verdadeira pandemia” a que “é preciso por fim”.

“Há alguns anos este era um dia que as pessoas assinalavam a nível internacional”, disse à agência Lusa Danilo Moreira, um dos membros da organização do protesto, “Mundo contra o Racismo”, advertindo que com o crescimento da extrema-direita a nível internacional “tornam-se mais descarados” os actos discriminatórios, racistas, homofóbicos e xenófobos.

Na manifestação, que decorreu no Largo de São Domingos, junto ao Rossio, em Lisboa, e que se iniciou ao som da canção Cantiga é uma Arma, de José Mário Branco, os manifestantes entoaram palavras de ordem como “o racismo não passará. Anti-racistas sempre!” ou “25 de Abril sempre. Fascismo nunca mais!”.

Além disso, agitavam bandeiras onde se lia “Em luta” e empunhavam cartazes com expressões, desde “Descolonizar o ensino” à “Violência policial mata!”. 

Nuno Ferreira Santos
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Nuno Ferreira Santos

Danilo Moreira disse ainda à Lusa que estavam ali numa acção de protesto porque os governos e, Portugal não era excepção, “não estavam a dar respostas para tratar da inclusão e acabar com a questão das discriminações”.

Em Portugal, os estudos étnico raciais “ainda estão por fazer”, lamentou o activista, que falou também das situações da lei da nacionalidade que “estão por resolver”, além de outros problemas que afectam sobretudo as vitimas de racismo, o qual tem “repercussões a nível laboral, habitacional e social”.

Danilo Moreira reconheceu, no entanto, que tem havido algumas melhorias, mas as que têm surgido têm sido na sequência de protestos, caso da lei da nacionalidade que “foi melhorada” depois de “uma petição e de protestos”.

E prosseguiu: “Não tem sido de livre e espontânea vontade, por iniciativa do próprio Governo, seja o actual sejam os anteriores, mas devido à mobilização das organizações da sociedade civil e pessoas singulares que se juntam à luta para fazer pressão para que haja melhorias”.

“Se não houver pressão nas ruas, pressão através de petições, enfim, uma série de conjuntos de combinações provenientes das organizações da sociedade civil, temos plena consciência de que as soluções do Estado não vão satisfazer a comunidade mais racializada (alvo de ataques racistas)”, salientou.

Sobre o crescimento da extrema-direita em Portugal referiu que se tem “estado a assistir, sobretudo no último ano, a discursos de ódio que não são liberdade de expressão, mas sim são palavras que devem ser abominadas e exterminadas na sua totalidade”.

Piménio Ferreira, membro do SOS Racismo, por sua vez, argumentou que “enquanto houver violências vão estar na rua” para “impedir e dizer não e estar contra”.

O activista defendeu ainda uma luta por uma sociedade “mais saudável, com um modelo de sociedade sem este estrato social hierárquico em que Portugal vive há mais de cinco séculos”.

“Uma sociedade plural, não no sentido de que somos pessoas diferentes - obviamente também somos - mas porque a sociedade é assim”, realçou, adiantando que “a sociedade são pessoas”.

“Nós não merecemos ser atirados para um lado marginal, como eles nos dizem, que não é tão marginal quanto isso, tem a sua estrutura, e não merecemos sofrer violências coloniais que duram até aos dias de hoje e ninguém merece estar sujeito a um domínio de dominação seja ele racista, capitalista ou patriarcal”, frisou o activista da SOS Racismo.

Em Portugal, o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial foi assinalado com manifestações em Lisboa, no Largo de São Domingos, e no Porto, na Praça dos Poveiros.

Paulo Pimenta
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