Costa pede mobilização para as autárquicas e acusa PSD e CDS de não terem uma única ideia

Secretário-geral socialista abriu a reunião da comissão nacional do partido e fixou prioridades para o combate autárquico.

Foto
António Costa presidiu à abertura da reunião da comissão nacional do PS LUSA/PAULO NOVAIS

O secretário-geral socialista apelou neste sábado aos militantes do PS que se mobilizem para as eleições locais para que o PS continue a ter o maior partido autárquico, quer a nível municipal, que a nível de freguesias, e acusou o PSD e CDS-PP de encararem as autárquicas como “uma jogada política”.

 “Não sei se têm dado atenção ao que a direita tem dito sobre estas eleições autárquicas. Não vimos até agora uma única ideia concreta sobre a recuperação do país”, criticou António Costa na abertura da reunião da comissão nacional do PS, a decorrer em Lisboa, onde anunciou que o congresso do partido, em Julho, deverá ser um “momento alto de mobilização para as eleições autárquicas e para o lançamento das candidaturas”.

“Quando em Setembro levámos à Assembleia da República a discussão do Programa de Recuperação e Resiliência, da direita vieram ideias zero, melhor: a única coisa que retivemos de todo aquele debate como contributo útil da direita foi o dr. Rui Rio dizer que era contra o aumento do salário mínimo nacional, em 2021, fora isso, mais nada”, recordou o líder socialista, frisando que da direita não se ouve “uma ideia que seja sobre habitação, sobre a melhoria dos transportes públicos, sobre o desenvolvimento do interior, sobre a descentralização”.

Antes de elencar as prioridades do PS em matéria de autárquicas, António Costa aludiu à “situação dramática” que o país vive do ponto de vista sanitário por causa da pandemia de covid-19, mas também dramática dos pontos de vista económico e social — com milhares de pessoas em angústia sobre o dia de amanhã e os seus postos de trabalho e com muitos empresários a enfrentarem uma luta estóica para manter as suas empresas , para dizer: “Tenho a certeza de que a última coisa que os portugueses querem ouvir falar é de jogadas políticas e de coligações contra o PS e contra o Governo”.

Afirmando que o PS tem as suas prioridades bem definidas, António Costa falou dos temas que devem fazer parte do debate autárquico como seja a habitação, a melhoria dos transportes públicos, o desenvolvimento do interior, a descentralização. “Nós não concorremos contra ninguém, nós concorrermos por Portugal, pelos portugueses a para servimos as nossas populações e pelo bem das nossas terras. Nós concorremos porque queremos melhor habitação, melhor transporte público, porque queremos desenvolver o interior, queremos ter equipamentos de melhor qualidade, queremos que o país avance. Não andamos aqui a concorrer contra os outros, andamos aqui a concorrer porque temos um programa, projectos e porque vamos ter as melhores candidatas e os melhores candidatos”, disse, regressando às críticas aos dois partidos da direita que vão concorrer coligados em muitas autarquias do país.

“Ainda esta semana vimos o líder do CDS e do PSD juntarem-se a anunciar uma grande coligação e uma coligação para quê? Para servir Portugal? Para responder aos problemas dos portugueses? Para servir a nossa terra? Não. Disseram que a grande coligação que iam fazer só tinha um objectivo: atacar o PS e enfraquecer o Governo”.

Quanto à preparação do congresso, o secretário-geral do PS referiu que deve estar centrada na definição destas políticas e na preparação as próximas eleições municipais. “É evidente que cada terra é a sua própria terra, tem as suas próprias realidades e as suas próprias ambições, os seus projectos específicos, mas tem de haver uma linha condutora naquilo que são as candidaturas socialistas e as candidaturas socialistas têm de estar focadas na recuperação do país, na protecção das pessoas, no combate às alterações climáticas, na resolução dos problemas do país e de acordo com aquilo que é a estratégia dos recursos de investimentos que nós temos para a próxima década”, sustentou.

O secretário-geral do PS não se esqueceu da pandemia provocada pelo novo coronavírus e avisou que este não é “o tempo de baixar a guarda porque o vírus continua a andar por aí e porque é preciso recuperar o país”. “Não é altura de dizer ‘vamos aproveitar o sol’”, acrescentou.

Sugerir correcção
Comentar