Covid-19: “O maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil”

A fundação Fiocruz, o maior centro de investigação da América Latina, pediu ao Governo para endurecer “com urgência” as medidas de controlo da pandemia”.

Foto
O Brasil voltou a bater o recorde de mortes diárias por causa da pandemia, com 2978 JOEDSON ALVES/EPA

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o maior centro de investigação da América Latina, considerou que o Brasil vive “o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil” e pediu ao Governo que endureça “com urgência” as medidas contra a pandemia.

Perante o actual cenário da pandemia, a Fiocruz divulgou uma edição especial do boletim extraordinário do Observatório Covid-19 frisando que “a análise chama atenção para os indicadores que apontam uma situação extremamente crítica em todo país”.

“Na visão dos pesquisadores que a realizam, trata-se do maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil”, frisou a organização.

De acordo com o levantamento, divulgado na noite de terça-feira, o sistema público de saúde brasileiro de 25 dos 27 estados do país registou taxas de ocupação das camas de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), voltadas para o tratamento de pacientes graves, iguais ou superiores a 80%, e em 15 regiões já superaram 90% de sua capacidade, situação “absolutamente crítica”.

Nesta quarta-feira, o Brasil voltou a registar novo recorde de mortes pela covid, 2978, superando o recorde do dia anterior que tinha sido de 2.841. O número total de mortes pela pandemia já superou os 282 mil, enquanto os casos confirmados da doença ultrapassam 11,6 milhões.

“A fim de evitar que o número de casos e mortes se alastrem ainda mais pelo país, assim como diminuir as taxas de ocupação de leitos [camas], os pesquisadores defendem a adopção rigorosa de acções de prevenção e controlo, como o maior rigor nas medidas de restrição às actividades não essenciais”, disse o boletim da Fiocruz.

“Eles [investigadores] enfatizam também a necessidade de ampliação das medidas de distanciamento físico e social, o uso de máscaras em larga escala e a aceleração da vacinação”, acrescentou.

Segundo o Observatório, em 19 capitais, que são as de maior concentração de habitantes, as vagas para tratamento hospitalar de pacientes graves já ultrapassaram 90%.