Comprador de obra digital de Beeple quer criar museu virtual para exibição imersiva

O proprietário da obra Everydays: The First 5,000 Days foi identificado pela leiloeira Christie’s como “Metakovan”, um investidor digital, fundador e financiador da Metapurse, o maior fundo mundial de NFT (activos únicos digitais).

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A obra Everydays: The First 5,000 Days CHRISTIE'S IMAGES LTD. 2021/BEEP/reuters

O comprador de uma obra do artista Beeple, vendida em leilão por 58,4 milhões de euros, valor recorde para obras não físicas, anunciou que pretende construir um museu virtual, para permitir ao público uma “experiência imersiva” na obra.

De acordo com a publicação The Art Newspaper, o proprietário, identificado como “Metakovan”, um investidor digital, fundador e financiador da Metapurse, o maior fundo mundial de NFT (activos únicos digitais), como a leiloeira Christie's o apresentou, pretende criar um museu adequado para gerar experiências imersivas na obra.

Intitulada Everydays: The First 5,000 Days ("Todos os dias: Os primeiros 5.000 dias”, em tradução livre), a obra de Beeple, cujo verdadeiro nome é Mike Winkelmann, é uma colagem digital de fotografias tiradas desde 1 de Maio de 2007, ao longo de 5.000 dias.

“Esperamos trabalhar com alguns dos melhores arquitectos do planeta para projectar algo verdadeiramente digno desta obra-prima”, disse Twobadour Paanar, administrador da Metapurse, falando em nome da empresa e de “Metakovan”.

A obra, um enorme arquivo “jpeg”, que já pode ser visualizado em qualquer navegador da Internet, “tem uma beleza que pode ser experimentada em qualquer parte do mundo, porque é puramente digital, ao contrário da Mona Lisa, que está no espaço físico”, comentou, acrescentando que a empresa pretende criar “um monumento que esta peça em particular mereça, que só pode existir no “metaverso"”.

Segundo Twobadour Paanar, o público poderá, neste museu virtual, usar auriculares de realidade virtual “para uma experiência realmente imersiva” nas imagens reunidas ao longo de 5.000 dias pelo artista.

A Christie's classificou este como o primeiro grande leilão a apresentar uma obra digital certificada com um “token” não-fungível (NFT, na sigla inglesa), e também a primeira vez em que foi usada cripto-moeda para pagar a obra adquirida, recorrendo à tecnologia Blockchain, na autenticação e coleccionismo de arte.

Everydays: The First 5,000 Days tornou-se a terceira mais cara obra de um artista vivo vendida em leilão, logo a seguir a Jeff Koons e David Hockney, e também foi mais valorizada do que as da maioria dos antigos mestres da pintura, incluindo Rafael e Ticiano.

Na altura, o artista declarou: “Acredito que estamos a testemunhar o início do próximo capítulo da história da arte, a arte digital”.