Sporting, um líder a ganhar no limite
“Leões” venceram em Tondela com um golo tardio deTiago Tomás e somam agora 19 vitórias em 23 jornadas.
Jogo a jogo é o lema de Rúben Amorim para o Sporting. Cada jogo que os “leões” têm enfrentado nos últimos tempos é carregado de sofrimento e dificuldades, e tem sido uma sucessão de encontros em que todos querem ser o primeiro a ganhar ao líder. O Tondela bem tentou, mas ainda não foi desta, porque o Sporting nunca perde o foco do que tem de fazer. Não foi bonito, tal como não foram vários outros jogos na Liga, mas a equipa de Rúben Amorim voltou a arrancar um triunfo no limite, por 0-1, que lhe permite manter, no mínimo, distâncias para quem vem atrás.
O Sporting já devia saber o que esperar de qualquer adversário que lhe apareça pela frente, mas não consegue lidar com isso. E o Tondela fez o que muitas equipas fizeram antes, anulou os “leões” em todos os seus pontos fortes, cobrindo os espaços para que as transições rápidas não funcionassem, uma estratégia marcadamente defensiva e declarada pelo próprio Pako Ayestarán: aguentar o Sporting até aos últimos 20 minutos e, depois, tentar alguma coisa.
Foi um objectivo cumprido na totalidade durante a primeira parte. O Tondela estava confortável e ia deixando o Sporting desconfortável. Os “leões” não tinham espaço para correr e de nada valia a estratégia de construção lenta porque não havia espaço para lançar a transição rápida. Ainda assim, houve bolas de golo na primeira parte que o líder podia ter aproveitado, em ambas com finalizações sem pontaria de Tiago Tomás.
Aos 27’, numa rara jogada em que o Sporting conseguiu atacar com critério, João Mário chegou a zonas próximas da baliza, mudou o jogo de flanco para Nuno Mendes, que fez o cruzamento. Tiago Tomás conseguiu armar o remate, mas acertou em cheio em Ricardo Alves, que se colocou entre o avançado “leonino” e a baliza de Trigueira.
Se Tomás ainda se podia queixar do defesa do Tondela não o deixar marcar, aos 43’, não marcou por culpa própria. No flanco direito, Nuno Santos combinou com Pedro Porro e o espanhol fez o cruzamento perfeito para o avançado “leonino” cabecear, mas a bola saiu por cima. Foi o mais perto que o Sporting esteve de marcar numa primeira parte de muito pouca inspiração e de muita solidez defensiva da equipa da casa, que estava a cumprir o seu plano à risca.
A segunda parte mostrou, nos primeiros minutos, um Tondela mais confiante nas suas capacidades de atacar a baliza de Adán, com uma pressão mais alta e a tentar provocar o erro “leonino” — Murillo e João Pedro mostraram capacidade para o fazer, mas sem criar perigo claro. E assim foi passando o jogo, com o mais entusiasmante em largos minutos a acontecer fora de campo, aos 55’: a expulsão do eterno cabeça quente João Pereira, a partir do banco de suplentes.
Sem mudar a estratégia, Amorim decidiu mudar os protagonistas. Entrou Daniel Bragança e a equipa ganhou maior poder de circulação de bola, entraram depois Jovane, Tabata e Matheus Reis para dar mais tracção à frente e tentar furar um adversário cada vez mais entrincheirado na defesa do ponto.
Só que os adversários que defrontam o Sporting também já deviam saber que nunca é boa ideia deixar o melhor para o fim, porque é precisamente essa altura em que o líder do campeonato dá tudo. E foi assim que aconteceu, sem que Coates precisasse de subir à área. Aos 81’, Nuno Mendes meteu uma bola na área, Pedro Gonçalves dominou e encaminhou-a para Tiago Tomás. Com a baliza à mercê, e sem oposição, Tomás atirou-a lá para dentro. E o Sporting festejou mais uma vitória, a 19.ª em 23 jogos no campeonato.