Que farei eu com todo este poder?
Estará Marcelo interessado em ser mais do que antes foi, ou, à boleia da sua “rejeição de messianismos presidenciais”, continuará acomodado ao papel de presidente-comentador?
É um solitário no meio da multidão. Marcelo Rebelo de Sousa consegue estar rodeado de milhares de pessoas, tirar centenas de selfies, beijar dezenas de velhinhas, e ainda assim permanecer fechado no seu mundo, a dialogar consigo próprio, ao mesmo tempo que faz amável conversa de circunstância com todos aqueles que o rodeiam. Não se trata de qualquer espécie de hipocrisia, note-se. Marcelo é genuíno nos seus afectos, na sua preocupação com os outros e no seu voluntarismo cristão – que foi, de longe, o que de melhor teve o seu primeiro mandato. Mas, em certa medida, ele é como um lorde britânico de velha cepa: coloca-se ao serviço do povo porque tem absoluta consciência de estar acima dele.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.