Covid-19: Portugal com mais 25 mortes e 365 casos – o valor mais baixo em meio ano
O número de pessoas em unidades de cuidados intensivos diminuiu pelo 24.º dia consecutivo: são menos 12 para um total de 342.
Portugal registou este domingo mais 25 mortes por covid-19 e 365 novos casos de infecção, de acordo com o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgado nesta segunda-feira.
A DGS deixa uma nota na qual refere que, “dos dados apresentados da região autónoma da Madeira, 60% dos casos teve um período entre o diagnóstico e notificação superior a 48 horas, decorrente de intercorrências informáticas de um laboratório na região e que se encontram em processo de regularização”.
O número total de vítimas mortais sobe assim para 16.565 e o de infectados ascende a 810.459 desde o início da pandemia.
O número de novos casos identificados no domingo é o mais baixo em seis meses: não havia um registo diário tão reduzido desde o boletim que dava conta de mais 249 infecções, a 7 de Setembro, também uma segunda-feira – as notificações costumam ser mais baixas no início da semana devido ao menor número de testes processados durante o fim-de-semana.
No entanto, esse boletim de Setembro denota uma situação oposta ao momento actual da situação no país, com o maior aumento de internamentos o maior aumento de internamentos em dois meses para um total de 381 (49 em unidades de cuidados intensivos). Já o relatório de situação desta segunda-feira indica que há 1403 pessoas internadas, menos 11 do que no dia anterior. O número de pessoas em unidades de cuidados intensivos também diminuiu, pelo 24.º dia consecutivo para um total de 342 infectados (menos 12).
A descida do número de internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI) foi superior à prevista pelos especialistas, admitiu Baltazar Nunes, epidemiologista do Instituto Ricardo Jorge, na reunião desta segunda-feira entre especialistas e políticos no Infarmed, em Lisboa. As mais recentes projecções, apresentadas por Baltazar Nunes, prevêem que no final de Março estejam 120 doentes internados em UCI, com o especialista a prever que a meio do presente mês esse número chegue aos 240.
O epidemiologista disse ainda que a tendência de novos casos no país é “decrescente”, prevendo que a 15 de Março Portugal esteja “muito perto dos 60 casos por 100 mil habitantes” e com uma taxa de ocupação de camas de cuidados intensivos que é “desejada”.
Há mais 779 pessoas recuperadas, aumentando o total de recuperações no país para 732.346. Excluindo estes casos e os óbitos, há 61.548 casos activos em Portugal, menos 439 do que no dia anterior. Quer isto dizer que mais de 90% dos infectados recuperaram da doença, sendo que 7,6% dos casos ainda estão por resolver.
O Norte continua a ser a região com mais casos acumulados desde o início da pandemia, com 327.634 (mais 57), seguida de Lisboa e Vale do Tejo, com 306.938 (mais 162). O Centro soma 115.648 casos (mais 19), o Alentejo conta 28.659 (mais 31) e o Algarve 20.250 (mais 11). Foram também identificados mais 78 casos na Madeira (total de 7522) e sete nos Açores (3808).
Quanto à mortalidade, Lisboa e Vale do Tejo contabiliza um total acumulado de 6961 mortes por covid-19 desde o início da pandemia (mais 15), enquanto a região Norte soma 5260 (mais sete). O Centro soma agora 2951, mais quatro). O Alentejo, com 958 óbitos, o Algarve, com 344, a Madeira, com 63 e os Açores, com 28, não registaram qualquer morte no domingo.
Diminuição dos indicadores abre a janela do desconfinamento
Na reunião foram apresentados alguns detalhes para um possível desconfinamento. Raquel Duarte, da ARS-Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, apresentou uma proposta para um plano de redução das medidas restritivas — com sugestões de reabertura das creches e dos locais de trabalho sem contacto com o público num primeiro momento.
Há medidas que serão aplicadas a nível nacional (independentemente do nível de risco de cada concelho) e outras ao nível local, que serão avaliadas a cada duas semanas, de acordo com o modelo sugerido. O país irá reabrir no nível quatro, que, de acordo com o modelo apresentado, aponta as medidas mais restritivas do desconfinamento.
Henrique Barros, especialista em saúde pública e epidemiologista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), elaborou ‘'um plano para responder à pandemia” feito a partir das experiências do Reino Unido e de alguns países da União Europeia. O perito propõe que, daqui para a frente, se implementem medidas de antecipação de acordo com a previsão da incidência cumulativa, do número de internamentos totais e em UCI por milhão de habitantes a 14 dias.