Alexander continua a fazer 240 quilómetros para ir à escola aprender língua gestual

Alunos surdos, oriundos de toda a região algarvia, deslocam-se a Faro para terem aulas na escola. Os que ficaram em casa são acompanhados pelo telefone ou por video-chamada. Mas, no caso destas crianças, a presença é mesmo indispensável dizem os professores.

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Rui Gaudêncio

Alexander levanta-se antes das 6h da madrugada para ir à escola, em Faro. Desde casa, em Aljezur, até à capital algarvia, percorre 120 quilómetros, e faz outros tantos na viagem de regresso. O aluno, de 11 anos, filho de pai holandês e mãe neozelandesa, é surdo profundo desde o nascimento. “A aprendizagem online, nestes casos, não resulta.” A razão é explicada pela professora Raquel Antunes: “Eles precisam de ver todos os pormenores das expressões faciais.” Além disso, acrescenta, “o calor humano e a empatia, não se transmitem por computador”. Na escola da Penha, onde se ensina a comunicar por gestos, o sucesso da aprendizagem assenta em grande parte nas relações que se vão construindo.

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