China defende reforma do sistema eleitoral de Hong Kong e destaca “futuro brilhante”

Governo chinês vai passar a controlar ainda mais a eleição de deputados para o parlamento de Hong Kong, através da escolha de representantes “patriotas”.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros deu este domingo a sua conferência de imprensa anual LUSA/ROMAN PILIPEY

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse este domingo que o sistema eleitoral de Hong Kong tem de ser “melhorado” com vista à sua estabilidade no futuro, afirmando que a reforma anunciada por Pequim abre “um futuro brilhante” ao território semiautónomo.

Os planos da China para a reforma do sistema eleitoral de Hong Kong foram revelados na sexta-feira, durante a reunião anual do Congresso Nacional do Povo, e vão reforçar o controlo de Pequim sobre a ala pró-democrática.

Na sua conferência de imprensa anual, no parlamento chinês, Wang disse que não houve democracia em Hong Kong na era colonial e afirmou que as reformas vão beneficiar o território.

“A transição de Hong Kong do caos para a estabilidade governativa é do interesse de todas as partes”, disse Wang.

Há um ano, a China impôs a Hong Kong uma nova lei de segurança muito restritiva para a liberdade de expressão e participação política, com o argumento de que era preciso pôr fim aos meses de protestos – em alguns casos violentos – contra o executivo local.

Na sexta-feira, a China declarou que vai fazer uma triagem dos candidatos ao parlamento de Hong Kong, dizendo que só os “patriotas” podem liderar os destinos do território.

“Amar Hong Kong e o patriotismo é exactamente a mesma coisa”, disse Wang, acrescentando que as mudanças no sistema eleitoral são constitucionais e justificadas.

O anúncio da reforma chega uma semana depois de a polícia de Hong Kong ter detido 47 activistas pró-democracia, por acusações de conspiração para cometer subversão, na maior operação do género desde a entrada em vigor da nova Lei de Segurança Nacional.

A intervenção da China em Hong Kong tem sido condenada pelos Estados Unidos da América e seus aliados perante a fúria de Pequim, que olha para a questão como um assunto interno.

Os apoiantes da nova lei de segurança – que pune com prisão perpétua crimes de secessão, subversão, terrorismo e conspiração com forças estrangeiras – defendem que era preciso restaurar a estabilidade em Hong Kong após meses de protestos em 2019.