Papa chega ao Iraque numa “visita emblemática para cumprir um dever”

À chegada a Bagdad, Francisco disse que se sente a cumprir “um dever para com um território que tem sido martirizado durante muitos anos”.

O Papa Francisco e o Presidente iraquiano Barham Salih
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O Papa Francisco e o Presidente iraquiano Barham Salih EPA/ALESSANDRO DI MEO
À espera do Papa
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À espera do Papa Reuters/THAIER AL-SUDANI
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À espera do Papa Reuters/THAIER AL-SUDANI
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À espera do Papa Reuters/THAIER AL-SUDANI
Papa Francisco recebido pelo primeiro-ministro, Mustafa Al-Kadhimi
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Papa Francisco recebido pelo primeiro-ministro, Mustafa Al-Kadhimi Reuters/YARA NARDI
Papa à chega ao Aeroporto Internacional de Bagdad
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Papa à chega ao Aeroporto Internacional de Bagdad Reuters/YARA NARDI
Papa à chega ao Aeroporto Internacional de Bagdad
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Papa à chega ao Aeroporto Internacional de Bagdad Reuters/REMO CASILLI
Papa, dentro de um carro, saúda a multidão
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Papa, dentro de um carro, saúda a multidão Reuters/THAIER AL-SUDANI
Papa passa de carro numa estrada de Bagdad
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Papa passa de carro numa estrada de Bagdad Reuters/THAIER AL-SUDANI
Papa passa de carro numa estrada de Bagdad
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Papa passa de carro numa estrada de Bagdad Reuters
O Presidente iraquiano recebe o Papa no Palácio Presidencial
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O Presidente iraquiano recebe o Papa no Palácio Presidencial Reuters/YARA NARDI
O primeiro-ministro iraquiano com o Papa
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O primeiro-ministro iraquiano com o Papa Reuters/VATICAN MEDIA
O primeiro-ministro iraquiano com o Papa
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O primeiro-ministro iraquiano com o Papa Reuters/VATICAN MEDIA
O primeiro-ministro iraquiano com o Papa
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O primeiro-ministro iraquiano com o Papa Reuters/VATICAN MEDIA
O Presidente iraquiano recebe o Papa no Palácio Presidencial
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O Presidente iraquiano recebe o Papa no Palácio Presidencial Reuters/KHALID AL-MOUSILY
Papa Francisco e o Patriarca Louis Raphael
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Papa Francisco e o Patriarca Louis Raphael EPA/ALESSANDRO DI MEO
O Presidente iraquiano Barham Salih encontrou-se com o Papa Francisco
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O Presidente iraquiano Barham Salih encontrou-se com o Papa Francisco Reuters/IRAQI PRESIDENCY
Papa Francisco no Palácio Presidencial
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Papa Francisco no Palácio Presidencial EPA/ALESSANDRO DI MEO
epa09054724 Pope Francis attends a meeting with authorities, civil society and the diplomatic corps in the hall of the Presidential palace in Baghdad, Iraq, 05 March 2021. Pope Francis is visiting Iraq for an Apostolic Journey from 05 to 08 March 2021.  EPA/ALESSANDRO DI MEO
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epa09054724 Pope Francis attends a meeting with authorities, civil society and the diplomatic corps in the hall of the Presidential palace in Baghdad, Iraq, 05 March 2021. Pope Francis is visiting Iraq for an Apostolic Journey from 05 to 08 March 2021. EPA/ALESSANDRO DI MEO EPA/ALESSANDRO DI MEO

O Papa Francisco chegou ao Iraque, esta sexta-feira, para uma visita de três dias que é a mais arriscada desde a sua eleição como chefe do Vaticano, em 2013. À chegada, Francisco disse que se sentiu obrigado a fazer esta visita por causa dos anos de “sofrimento do Iraque”.

O avião da Alitalia que transportava o Papa, a sua comitiva e um grupo de 75 jornalistas aterrou no Aeroporto Internacional de Bagdad pouco antes das 14h locais (11h em Portugal continental). 

“Sinto-me feliz por retomar estas visitas”, disse o Papa Francisco num breve comentário a bordo do avião, numa referência à suspensão de grande parte das actividades por causa da pandemia de covid-19, no ano passado. Esta é a primeira vez que Francisco sai de Itália desde Novembro de 2019.

“É uma viagem emblemática e é um dever para com um território que tem sido martirizado durante tantos anos”, disse o Papa Francisco, antes de colocar uma máscara e cumprimentar cada um dos jornalistas individualmente, sem apertar as mãos.

Peregrino da paz

É a primeira visita de um Papa a um país muçulmano de maioria xiita, numa missão em que se apresenta como “peregrino da paz”.

“Venho como peregrino para implorar ao Senhor perdão e reconciliação, depois de anos de guerra e terrorismo. Venho entre vós como peregrino de paz”, sublinhou o Papa, na quinta-feira, numa mensagem de vídeo publicada na véspera da sua partida.

Francisco, que tem no seu programa uma visita à planície de Ur, o lugar de Abraão (onde é recordado que as três principais religiões monoteístas têm a mesma origem), manifestou o desejo de orar com irmãos e irmãs de outras tradições religiosas”.

No vídeo, o Papa considerou o povo iraquiano “uma única família, de muçulmanos, judeus e cristãos”.

A agenda papal inclui encontros com a comunidade católica, composta por 590 mil pessoas, cerca de 1,5% da população iraquiana; além de cristãos de outras Igrejas e confissões religiosas; líderes políticos; e o grande ayatollah Ali Sistani, a maior autoridade xiita do país.

O Papa vai passar por Bagdad, Najaf, Ur, Erbil (capital do Curdistão iraquiano), Mossul e Qaraqosh.

Segundo a agência Ecclesia, em 2003 havia cerca de 1,4 milhões de cristãos no Iraque.

De acordo com dados da Ajuda para as Igrejas Necessitadas (ACN), nos três anos de guerra contra o Daesh, 34 igrejas foram totalmente destruídas, 132 foram incendiadas, 197 parcialmente danificadas, assim como mais de mil casas de cristãos foram totalmente destruídas e mais de três mil incendiadas, mostrando o grau de perseguição a esta minoria religiosa que se concentra sobretudo no norte do Iraque.

Exemplo para outros líderes

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque, Nizar Kheirallah, acentuou o simbolismo da visita de Francisco. 

“Que responsável estrangeiro poderá agora recusar-se a vir ao Iraque se o Papa o fizer?”, enfatizou o responsável da Presidência iraquiana.

Em três dias, o Papa deverá percorrer mais de 1445 quilómetros de helicóptero ou avião e sobrevoará zonas onde se escondem ainda elementos activos do Daesh.

Símbolo das atrocidades dos fundamentalistas é Mossul, a terceira maior cidade do Iraque, onde o Papa fará uma oração pelas vítimas, no domingo.

Não sendo o distanciamento físico e o uso da máscara práticas muito seguidas pelos iraquianos, os organizadores da visita papal limitaram os lugares para as missas.

O estádio de Erbil, com 20 000 lugares, apenas deverá receber cerca de 4000 fiéis para a missa de domingo, e Francisco será privado dos habituais banhos de multidão.

Será ainda decretado um confinamento nacional durante todo o período da visita do Papa e “as forças de segurança serão destacadas para proteger as estradas”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Nizar Kheirallah.

Além das preocupações com a covid-19, a segurança estará alerta tendo em conta que Erbil e Bagdad (a segunda capital mais populosa do mundo árabe, com cerca de dez milhões de habitantes) foram palco recentemente de ataques de rockets contra interesses norte-americanos.

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