Gaia: Souto de Moura desenha novo “hotel de charme” sob a Ponte Luiz I
Em terreno na escarpa e jardim de socalcos, o hotel terá 14 quartos, bar e miradouro. No edifício existente funcionou durante mais de um século uma tipografia, que servirá agora de inspiração à unidade hoteleira. Com investimento calculado em cinco milhões de euros, tem abertura prevista para finais de 2023, princípios de 2024.
Depois de um Hilton e de um grande hotel Sana, eis novo projecto hoteleiro de luxo confirmado para Gaia. São “14 quartos, esplanada, miradouro e bar” em “terreno localizado sob a ponte" Luiz I, anuncia a ZOF - Sociedade de Investimentos Imobiliários, promotora do projecto assinado por Eduardo Souto de Moura, um novo “hotel de charme” com o Douro aos pés. Já premiado com um Pritzker, o “Nobel” da arquitectura, Souto de Moura, autor também do futuro Centro de Congressos de Gaia, é considerado “a pessoa certa para fazer deste projecto um sucesso e uma enorme mais-valia para a cidade”, diz a arquitecta coordenadora do projecto, Rita Everard Machado.
A empresa, sociedade portuguesa sedeada no Porto, adiantou à Fugas que o investimento orça em cerca de cinco milhões de euros, devendo dar “origem a aproximadamente 20 postos de trabalho”. Já com projecto de arquitectura aprovado pela autarquia, prevê-se que a obra arranque ainda no decorrer deste ano. Ainda sem gestão atribuída a “nenhuma marca hoteleira”, confirma Rita Machado, o hotel deverá começar a receber clientes “entre o final de 2023 e o início de 2024”.
Trata-se de “um projecto localizado num ponto muito particular do centro histórico”, explica a arquitecta. “Não só pela sua localização na escarpa e na sua relação de proximidade” com a ponte, refere, na apresentação do projecto, “mas também porque se trata do primeiro prédio que se vê em Gaia, vindo do Porto pelo tabuleiro inferior” da ponte. “É um cartão-de-visita a quem chega por essa via”, sublinha.
Rita Machado refere ainda que há “inúmeros desafios inerentes ao local”. “O terreno, de pendente acentuada, tem cerca de 315m2 e consiste num edifício pré-existente a recuperar e jardim de socalcos”, indica, sendo que neste local “se pretende construir a ampliação do edifício existente, com ligação pelos pisos inferiores, e concluindo o remate da empena e do conjunto edificado”.
A história do espaço é também recordada, remontando há mais de um século, quando foi construído o tabuleiro inferior da ponte. Na altura, o casario existente foi demolido e depois da construção da ponte foi deixada “uma empena à vista, num local praticamente inalterado desde então, cujo destino chegou a ser publicidade às caves do vinho do Porto”.
No edifício existente, “funcionou durante mais de um século uma tipografia", a António Martins Barbosa & Herdeiros, fundada em 1890 e encerrada em Janeiro de 2020. As maquinarias industriais encontradas no local servem de inspiração e ponto de partida” para a decoração do hotel”, avança a ZOF, que é também proprietária do terreno.
A empresa tem “a expectativa” de que o concurso para a empreitada avance no segundo semestre do ano e “estima” ver obra no terreno no último trimestre.