Doze artistas livres
Sandra Leandro reune uma excelente colecção de ensaios sobre a prática artística portuguesa no feminino.
Quem abra este livro no índice, como é habitual nas recolhas de ensaios, estranhará a ausência de dois ou três nomes incontornáveis de mulheres artistas que protagonizaram a arte em Portugal dos últimos cinco séculos. Pensamos em Josefa de Óbidos, em Maria Helena Vieira da Silva ou em Paula Rego, para citar apenas três. Na realidade, as ausências compreendem-se a partir do momento em que se sabe que Sandra Leandro, investigadora e professora, já publicou duas outras colectâneas de ensaios sobre esta temática, a saber, Mulheres Pintoras em Portugal (Esfera do Caos, 2013) e Mulheres Escultoras em Portugal (Caleidoscópio, 2016). No caso que nos ocupa, estas obras, e outras referentes à escrita sobre mulheres artistas, vêm elencadas numa completa antologia bibliográfica que encerra este livro. De certa forma, ela confirma aquele que é o propósito generalista da coordenadora do livro: dar visibilidade à prática artística realizada por mulheres, partindo do princípio que esta prática tem sido menorizada pela história e pela sociedade.
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