Cuomo pede desculpa por assédio sexual mas quer manter-se governador de Nova Iorque
Escritório de advogados está a investigar alegações e produzirá um relatório, que será tornado público. Três mulheres denunciaram alegados comportamentos impróprios do governador.
O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, acusado de assédio sexual, apresentou desculpas na quarta-feira, dizendo que “aprendeu uma importante lição” sobre o seu comportamento com as mulheres, acrescentando que tenciona manter-se no cargo.
“Percebi agora que agi de uma maneira que fez algumas pessoas sentirem-se desconfortáveis”, disse, durante uma conferência de imprensa. “Foi sem intenção e peço desculpas profundas e verdadeiras por isso”, acrescentou. Cuomo disse que iria “cooperar totalmente” com a procuradora-geral estadual nas investigações às alegações de assédio sexual.
A procuradora-geral Letitia James está a seleccionar um escritório de advogados para realizar a investigação às alegações e produzir um relatório, que será tornado público.
Há dias que Cuomo evita aparecer em público, enquanto alguns membros do seu partido, o democrata, querem a sua demissão. Antes de dar a conferência de imprensa desta quarta-feira, a última vez que o governador falou com jornalistas foi a 22 de Fevereiro.
Cuomo não fala em público desde que instruiu Letitia James para investigar as alegações de assédio sexual a pelo menos duas mulheres na sua administração.
Uma antiga assessora, Charlotte Bennett, de 25 anos, disse que Cuomo a interrogou sobre a sua vida sexual e perguntou-lhe se estava aberta a uma relação com um homem mais velho.
Bennett já rejeitou a tentativa de desculpa de Cuomo, em que este disse que estava a tentar ser “divertido” e que as suas piadas tinham sido mal interpretadas.
Outra antiga colaboradora de Cuomo, Lindsey Boylan, disse que este tinha comentado a sua aparência de forma inapropriada, beijou-a sem o seu consentimento e que uma vez sugeriu que jogassem strip-poker, enquanto estavam a bordo do avião propriedade do Estado. Cuomo já negou estas alegações.
Uma terceira mulher, Anna Ruch, disse ao The New York Times que Cuomo pôs-lhe as mãos na cara e perguntou se a podia beijar, durante um casamento em Setembro de 2019.