Dos sete ilustradores portugueses finalistas para integrar a exposição da próxima edição da Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, dois vão poder mostrar os seus trabalhos: Catarina Gomes, com Little Monsters, e Tiago Galo, com Alqueva. Duas obras inéditas e não publicadas.

Neste ano, houve 3235 candidaturas de ilustradores de todo o mundo (68 países) e Portugal conseguiu que sete ilustradores constassem de uma lista selectiva de 303. Foram eles: André Carrilho, Catarina Gomes, Joana Estrela Barbosa, Margarida Botelho, Raquel Costa, Tiago Galo e Teresa Cortez. A lista final, que garante lugar na exposição, só contempla 77 ilustradores. Depois de Itália, esta mostra viajará por vários países.

“Estaria mais feliz se tivesse sido seleccionada para a fase seguinte, mas estou muito orgulhosa por estar tão bem acompanhada nesta lista”, diz ao PÚBLICO Raquel Costa, que concorreu com o livro Noa, com texto de Susana Cardoso Ferreira e editado pela Oficina do Livro.

Foi a primeira vez que se candidatou e explica porquê: “Este livro foi o primeiro em que senti um bom nível de consistência e maturidade do meu trabalho. Por isso achei que estava pronta para o mostrar a um júri.” Correu bem. “Sinto que houve um reconhecimento do que fiz.” Reconhecimento que alarga à escritora e à editora.

Raquel Costa conta que, neste livro, “houve uma sintonia feliz com a autora do texto”, já que ambas estavam “num processo de procura de uma voz autoral mais genuína e espontânea”.

Conhece o trabalho dos outros ilustradores portugueses seleccionados, que admira, e diz: “Para um país com a dimensão de Portugal, a escolha de sete ilustradores é uma boa proporção.”

As mais recentes obras publicadas de Catarina Gomes são Sayid Manuel (Trinta por Uma Linha)  e A Migração das Alforrecas, com texto de Rui Cerqueira Coelho (Livros Horizonte). Tiago Galo  é também arquitecto e assina títulos como Príncipe dos Mares - O Golfinho Comum, com texto de Pedro Goulão (Imprensa Nacional-Casa da Moeda), Amores (Im)Possíveis, com texto de Inês Meneses (Abysmo), e A Revolução, com texto de Slawomir Mrozek (Alfaguara).

Esperança de encontros presenciais

A 58.ª edição da feira foi programada de 14 a 17 de Junho, na esperança de que seja possível realizarem-se encontros presenciais entre autores, editores e livreiros. A exposição anual de ilustração é uma das iniciativas daquela feira de negócios livreiros e dá a conhecer regularmente as tendências internacionais da ilustração para os mais novos, sendo ainda atribuído um prémio a um autor com menos de 35 anos.

Os ilustradores com menos de 35 anos são candidatos a um prémio, criado em parceria com a SM Fundación Internacional, no valor de 12.400 euros e que inclui a edição de um livro. Em 2014, o prémio foi atribuído a Catarina Sobral.

A feira de Bolonha acontece habitualmente entre Março e Abril, com mais de 1400 espaços de compra e venda de direitos na área do livro ilustrado e a presença de 30 mil profissionais. Em 2020, ocorreu num formato reduzido, com algumas iniciativas online, por causa da pandemia da covid-19.