Governo pondera incluir professores no grupo prioritário da vacinação
Marta Temido afirmou que os valores de Janeiro foram resultado de um conjunto de circunstâncias, mas assume que houve um desconfinamento no Natal “quando os números ainda não estavam verdadeiramente baixos”.
A ministra da Saúde, Marta Temido, assumiu em entrevista à SIC que o Governo está a ponderar incluir os professores no grupo prioritário de vacinação. “É uma hipótese que está a ser analisada. Não só em Portugal como noutros países”, revelou a responsável nesta terça-feira.
“Quando olhamos à nossa volta e vemos os processos de desconfinamento, vemos duas novas medidas: a vacinação e a testagem”, começou por explicar. “Poderá fazer sentido que os adultos que trabalhem nesses locais [escolas] possam ser alvo de uma vacinação diferenciada, como fizemos com outros locais.”
Sobre a testagem, a ministra diz que vai aumentar o número de testes e de rastreios, sem, no entanto, se comprometer com os cem mil testes diários, como foi avançado pela directora-geral da Saúde, Graça Freitas, em entrevista ao PÚBLICO.
No que diz respeito à reabertura das escolas, a ministra explicou que está a ser desenvolvido um plano de desconfinamento para todo o país e que as escolas deverão ser o primeiro espaço a reabrir. A ministra não revelou uma data em concreto e remeteu mais explicações para o plano que o Governo vai apresentar no dia 11 de Março. “Vamos passo a passo, vamos abrindo o que é possível abrir”, referiu, pedindo cautelas, dando como o exemplo outros países europeus, como a Bélgica, em que os planos para reabrir o país tiveram de ser travados por uma repentina subida de novos casos de covid-19.
Sobre as vacinas, Marta Temido mantém a meta de vacinar 70% da população até ao final do Verão. “Tudo depende da distribuição das vacinas, esperamos no final do Verão ter 70% da população vacinada.”
No Natal, números não estavam “verdadeiramente baixos”
Quanto aos números elevados de novos casos, mortes e internamentos registados em Janeiro, Marta Temido disse tratar-se de “uma situação muito complexa”, “fruto de um conjunto de circunstâncias”.
“Termos entrado num desconfinamento quando os números ainda não estavam verdadeiramente baixos precipitou que depois não tivéssemos conseguido responder ao embate inicial do mês de Janeiro”, admitiu a ministra da Saúde, dando ainda conta da dificuldade provocada pelo aparecimento das novas variantes e do frio que se fez sentir.
Questionada sobre se o Governo assume o erro de ter aberto o país no Natal, a ministra explicou que isso seria “o mais fácil”, mas que é impossível apresentar apenas um factor como o responsável pela subida dos novos casos em Janeiro.
Há 225 mil pessoas com mais de 80 anos que já receberam a primeira dose da vacina
Nos últimos sete dias foram vacinadas 168.798 pessoas. No total, 603.486 pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina desde o início do plano de vacinação a 27 de Dezembro de 2020, o que se traduz em 6% da população portuguesa. Das 1.002.999 doses recebidas até ao momento, 933.847 já foram distribuídas pela população, correspondendo a cerca de 93% das doses.
A faixa etária que abrange pessoas com mais de 80 anos é a que está mais avançada na vacinação: 225.171 pessoas desta faixa já receberam a primeira dose da vacina (34% do total), e 57.191 já se encontram completamente imunizadas (9% do total).