Cerca de 29% das divergências entre secretários de Estado e ministros são graves

Mais de uma centena de entrevistas a ex-governantes de Sócrates e Passos deram um livro. E uma resposta. Só a liderança partilhada evita divergências sérias entre ministros e secretários de Estado, revela o cientista político Pedro Silveira.

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Pedro Silveira estudou as relações entre ministros e secretários de Estado Nuno Ferreira Santos

“E disse-lhe ‘ó senhor ministro, estas medidas, não posso viver com elas’. E o ministro disse ‘estas medidas vão ser tomadas’, e eu respondi: ‘Então, se essas medidas vão ser tomadas, eu não posso continuar.’ Foi basicamente isto. E, depois, quando houve uma remodelação no Governo — que não demorou muito , eu saí.” O episódio é contado sob anonimato por um ex-secretário de Estado do primeiro executivo de José Sócrates no livro que o cientista político Pedro Silveira acaba de publicar. A partir de mais de cem entrevistas a antigos governantes, o investigador conclui que só uma liderança partilhada entre ministro e secretário de Estado pode evitar eficazmente divergências graves e que estas representam cerca de 29% do total de divergências. 

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