Trump sugere que pode voltar a candidatar-se à Casa Branca
Na primeira grande aparição pública desde que deixou a Casa Branca, há quase seis semanas, Trump não pôs de lado uma corrida às eleições presidenciais em 2024. Recusando-se a admitir que perdeu a eleição presidencial de 3 de Novembro, criticou ainda as primeiras semanas de Biden no cargo.
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, deu este domingo várias pistas para uma possível corrida às eleições presidenciais, em 2024, e voltou a batalhar na ideia de que os democratas “roubaram” a eleição de 2020. Também não faltaram críticas para o actual Presidente, Joe Biden.
“O nosso movimento de patriotas americanos orgulhosos e trabalhadores está apenas a começar e, no final, venceremos. Venceremos”, disse Trump num discurso na Conferência de Acção Política Conservadora (CPAC, na sigla inglesa) em Orlando, Florida, na primeira grande aparição pública desde que deixou a Casa Branca, há quase seis semanas.
Recusando-se a admitir que perdeu a eleição presidencial de 3 de Novembro para Joe Biden, Trump criticou as primeiras semanas do sucessor democrata no cargo e sugeriu que poderia concorrer novamente. “Eles acabaram de perder a Casa Branca”, disse o ex-Presidente republicano depois de criticar as opções de Biden no que toca à segurança da fronteira com o México. “Quem sabe, posso até decidir vencê-los pela terceira vez”, afirmou.
Trump deixou claro que pretende continuar a ser uma força política presente. “Estou diante de vocês para declarar que a incrível jornada que começámos juntos há quatro anos está longe de terminar.”
Nas tumultuosas últimas semanas de Trump no cargo, os seus apoiantes invadiram e ocuparam o Capitólio numa tentativa de impedir o Congresso de certificar a vitória eleitoral de Biden, uma vitória que Trump falsamente alegou ter sido manchada por uma fraude generalizada.
Depois disso, Trump entrou em confronto com os membros do seu partido que rejeitaram a proposta de derrubar as eleições presidenciais e que apoiaram o seu processo de destituição (impeachment).
O ex-Presidente disse, perante uma audiência conservadora, que “os republicanos estão unidos” e não tem planos de criar um novo partido para competir com o Partido Republicano. Trump garantiu ainda que os relatos que afirmavam que estava a planear criar um terceiro partido eram “notícias falsas”. “Não estamos a começar novos partidos. Temos o Partido Republicano. Ele estará unido e mais forte do que nunca”, garantiu.
Os resultados de um inquérito aos participantes da conferência deste domingo deram a Trump uma forte demonstração de apoio, com 55% a dizer que votariam nele na corrida de nomeação presidencial republicana de 2024. O governador da Florida, Ron DeSantis, ficou em segundo lugar, com 21%. Mas nem todos apoiaram Trump. Numa outra alínea, era perguntado se Trump deveria concorrer novamente em 2024, questão que levou a um resultado misto, com 68% a dizer que deveria concorrer e 32% opondo-se ou não tendo opinião.
Começando o discurso com mais de uma hora de atraso, Trump disse que queria salvar a cultura e a identidade dos Estados Unidos e procurou posicionar-se como principal crítico do novo Presidente, principalmente no que toca às questões da imigração e da segurança na fronteira dos EUA com o México e ainda à demorada reabertura das escolas, que permanecem fechadas por causa da pandemia. “Todos nós sabíamos que o governo Biden seria mau, mas nenhum de nós imaginava o quão mau seria. Joe Biden teve o primeiro mês mais desastroso de qualquer presidente da história moderna”, disse.
A Casa Branca de Biden deixou claro que planeia ignorar o discurso de Trump. “O nosso foco não estará certamente no que Trump está a dizer” no CPAC, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, aos jornalistas na semana passada.