Covid-19: Portugal regista mais 549 casos (o número mais baixo em quase cinco meses) e 61 mortes
É o número mais baixo de infecções diárias desde o início de Outubro. O país está em confinamento desde 15 de Janeiro e, ainda que o número de casos e mortes esteja a baixar, os especialistas acautelam que ainda é cedo para desconfinar.
Portugal tem mais 61 mortes por covid-19 e mais 549 casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 – é o número mais baixo desde o dia 6 de Outubro, quando se registaram 427 casos. O número de novos casos tende a ser menor nos dias a seguir aos fins-de-semana, por serem feitos menos testes. Há ainda 2187 pessoas que recuperaram da infecção no último dia e são agora 80.642 os casos activos em Portugal. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e dizem respeito à totalidade do dia de domingo.
O boletim dá conta de que o país ultrapassou as 16 mil mortes por covid-19 nesta segunda-feira; destas pessoas, 87,3% tinham 70 ou mais anos. A taxa de letalidade em Portugal é de 2%.
Há mais seis pessoas internadas (num total de 3322 pessoas hospitalizadas) e menos 11 em unidades de cuidados intensivos (são agora 627). Ainda que o total de internamentos tenha registado uma ligeira subida nos últimos dois dias, a tendência tem sido decrescente: entre 16 e 20 de Fevereiro houve menos 1548 internamentos.
A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou mais mortes (33) e mais infecções (278). Segue-se a região norte, com 107 novos casos e oito mortes; o centro, com 48 infecções e 15 mortes; o Alentejo, com 33 casos e duas mortes; o Algarve, com 22 novas infecções e duas mortes. Na Madeira foram registados 56 novos casos e uma morte; nos Açores, foram identificados cinco casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2.
No domingo, foi divulgado que Portugal registou mais 65 mortes por covid-19 – o valor mais baixo desde 27 de Dezembro – e 1186 casos, o valor mais baixo desde 11 de Outubro.
O chefe de Estado, o primeiro-ministro, o presidente da Assembleia da República e líderes partidários reúnem-se na tarde desta segunda-feira com especialistas para avaliar a situação da covid-19 em Portugal, antes de nova renovação do estado de emergência. A reunião começou às 14h30.
Portugal está em confinamento desde 15 de Janeiro e continua em estado de emergência. A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, confirmou no sábado que o desconfinamento começará pelas escolas. “Eu queria dizer que me revejo nesse problema. Não é por acaso que se procurou evitar o encerramento de escolas até ao limite do possível e que o Governo também já disse que é precisamente pelas escolas que recomeçará o desconfinamento”, assegurou.
Ainda que a descida do número de novas infecções, mortes e internamentos seja bom sinal, os números apontam para um período de “saturação do efeito do confinamento”, que deverá começar a sentir-se durante esta semana. Ao PÚBLICO, o matemático Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, referiu que estamos próximos do momento em que o confinamento “não consegue fazer mais” pelos números de incidência, uma vez que ainda “há cerca de 35% da população em mobilidade e que continua a propagar o vírus”. E acautela que a situação “ainda não voltou aos números que permitam” o alívio da situação existente.