Grupo Queiroz Pereira lança OPA sobre a Semapa

Oferta preliminar foi anunciada pela Sodim, holding familiar e dona directa e indirecta de 71,9% do capital e de 73,16% dos direitos de voto da Semapa, cotada na praça portuguesa

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A cimenteira Secil e a papeleira Navigator são controladas pela honding Semapa daniel rocha

A Sodim SGPS, controlada pela família Queiroz Pereira, anunciou na noite desta quinta-feira a intenção de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o capital da Semapa.

A Semapa – Sociedade de Investimento e Gestão SGPS, cotada na bolsa de Lisboa desde 1995, tem actividade na indústria da pasta e papel (através da Navigator), no cimento (através da Secil) e ambiente (através da Etsa).

Actualmente, 72,69% do capital e 73,97% dos direitos de voto da Semapa são detidos pela Sodim (71,9% do capital e 73,16% dos direitos de voto), pela sua participada Cimo, pela Sociedade Agrícola da Quinta da Vialonga e pelas três filhas do falecido empresário Pedro Queiroz Pereira, que controlam a holding familiar.

O Bestinver é o segundo maior accionista, com 5,05% dos direitos de voto, e o Norges Bank detém outros 2,13%. Nas mãos de outros accionistas estão dispersos os restantes 18,85%.  

O que a Sodim fez esta quinta-feira, 18 de Fevereiro, foi um anúncio preliminar de OPA, “geral e voluntária” sobre as acções da Semapa ao mercado, sendo o “objecto da oferta a totalidade das acções” por si não detidas, pelo valor de 11,40 euros por cada título.

Esta quinta-feira, as acções da Semapa encerraram a negociação recuar 2,26%, nos 9,5 euros.

É precisamente sobre esse montante que a gestão da Sodim, no anúncio preliminar, refere que o preço que tenciona oferecer representa “um prémio de 20%”. E representa ainda “um prémio de 37,2% ao preço médio ponderado” das acções da Semapa nos últimos seis meses na Euronext Lisboa.

“É condição de sucesso” da oferta agora dada a conhecer (que terá ainda ser registada na CMVM e pela reguladora validada), que a Sodim “passe a deter” fruto da OPA, “um mínimo de 90% dos direitos de voto” da Semapa. Caso os obtenha, a Sodim tenciona lançar uma oferta potestativa sobre o restante capital cotado que não detiver. E “ponderará se irá proceder a uma aquisição das acções da sociedade visada que permaneçam na titularidade de outros accionistas”. O resultado, caso seja bem sucedida, será a inevitável retirada da Semapa da negociação em bolsa.

Semapa e Sodim, recorde-se, estiveram no centro do conflito entre Pedro Queiroz e de Ricardo Salgado, cujas consequências contribuíram para a queda do GES e do BES. E foram alvo do acordo de divisão accionista dentro da família Queiroz Pereira, finalizado no final de 2013.  

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