Depois das críticas de Yoshiro Mori, uma mulher lidera os Jogos de Tóquio
A antiga atleta Seiko Hashimoto assume o cargo, depois dos comentários sexistas do seu antecessor que levaram à sua demissão.
Seiko Hashimoto é a nova presidente do comité organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio, sucedendo no cargo a Yoshiro Mori, que se demitira na sequência de comentários sexistas. Hashimoto, de 56 anos, abandona o cargo de ministra olímpica (era uma de duas mulheres no governo japonês) para assumir a supervisão dos Jogos a pouco mais de cinco meses da cerimónia de abertura, marcada para 23 de Julho.
A nomeação de Hashimoto para o cargo não deixa de ser surpreendente, sabendo-se que há pouca tradição no Japão de mulheres em cargos de liderança. Mas a igualdade de género é um dos pontos na agenda da antiga atleta olímpica que passou a liderar Tóquio 2020. “Claro que é muito importante aquilo que Tóquio 2020 possa fazer pela igualdade e é muito importante que a pratique”, declarou Hashimoto, que, enquanto atleta, participou em sete edições dos Jogos Olímpicos (quatro de Inverno e três de Verão), conquistando uma medalha de bronze em Albertville 1992 nos 1500m em patinagem de velocidade.
Hashimoto assume o cargo uma semana depois da demissão de Yoshiro Mori. O antigo primeiro-ministro japonês não resistiu à onda de indignação que se levantou após a divulgação das afirmações que proferiu durante uma reunião. “As mulheres falam demasiado. Em conselhos com muitas mulheres, as reuniões levam muito tempo. Se aumentarmos o número de mulheres, temos de garantir que o tempo que têm para falar é limitado. Elas não conseguem calar-se, o que é muito aborrecido”, foi o que disse Mori.