Veja em directo. Robô da NASA prepara-se para os “sete minutos de terror” antes de pousar em Marte
Antes de o robô pisar Marte, a missão do Perseverance vai ter de atravessar a atmosfera marciana até chegar ao solo durante sete minutos. Missão inclui também o primeiro helicóptero a voar noutro planeta.
Se tudo correr como planeado, é já esta quinta-feira que o robô Perseverance pousará em Marte. O robô mais sofisticado (até agora) que a NASA enviou para o planeta vermelho deverá chegar à superfície de Marte um pouco antes das 21h (de Lisboa). Antes desse momento, desde as 19h15, há uma emissão sobre esta missão com comentários a partir do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, na Califórnia (Estados Unidos).
Pousar em Marte não é uma tarefa fácil. Apenas cerca das 40% das missões enviadas para este planeta o conseguiram. Afinal, há centenas de detalhes que precisam de ser postos em prática nesse momento. Nessa altura, o Perseverance estará praticamente por sua conta. Durante a aterragem, o sinal vindo de Marte demorará mais de 11 minutos a chegar à Terra, de acordo com a NASA, isto é, quando a equipa da NASA estiver a ouvir a entrada do robô na atmosfera, na verdade, este já poderá estar no solo. “O Perseverance está feito para completar a fase de entrada, descida e pouso por si mesmo – automaticamente”, refere a agência espacial norte-americana em comunicado.
Esta fase de entrada, descida e pouso (EDL, na sigla em inglês) começa quando o robô alcançar o topo da atmosfera marciana ao viajar a 19.500 quilómetros por hora. Este processo termina sete minutos depois, quando pisar o solo de Marte. Muitos cientistas e engenheiros designam mesmo esta fase como os “sete minutos de terror”. Espera-se que o robô entre em contacto com a atmosfera marciana por volta das 20h48 e pouse às 20h55.
No comunicado, a NASA realça que não é apenas toda a coreografia da EDL que é complexa, mas também o intervalo entre o que está a acontecer e a comunicação com a Terra, que faz com que “a sonda tenha de completar essa coreografia por si só”. “Esta é uma das manobras mais difíceis que fazemos na actividade espacial. Quase 50% das sondas enviadas para a superfície de Marte falharam; por isso, sabemos que teremos muito trabalho para descer em segurança na Jezero”, afirmou à BBC Matt Wallace, vice-director do projecto Perseverance, referindo-se à cratera onde o robô irá pousar.
Embora todas as aterragens em Marte sejam difíceis, a NASA considera que o sítio escolhido – a cratera Jezero – é o “mais desafiador” até agora. Com um diâmetro de cerca de 45 quilómetros, a Jezero é uma bacia de impacto com um delta seco de um antigo rio, assim como penhascos íngremes, dunas e crateras de impacto de meteoritos. Mas o Perseverance vai preparado com meios para que possa chegar em segurança à Jezero, como uma tecnologia para calcular a sua distância até ao sítio onde tem de pousar e abra o pára-quedas no momento ideal.
Se tudo correr bem, o Perseverance irá recolher amostras e sedimentos marcianos, para que depois sejam enviados e analisados na Terra. Também procurará vestígios de antiga vida microbiana, recolherá dados para se caracterizar a geologia e o clima do planeta, assim como preparará o caminho para futura exploração por humanos. Consigo vão várias tecnologias de ponta, incluindo um helicóptero chamado Ingenuity. Espera-se que este helicóptero seja a primeira aeronave com um voo controlado e motorizado num outro planeta.