Covid-19: Portugal deve receber primeiras vacinas da Johnson & Johnson no segundo trimestre
Farmacêutica submeteu esta terça-feira à Agência Europeia de Medicamentos o pedido de comercialização condicional. Regulador europeu deve dar resposta em meados de Março.
O presidente da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) anunciou que Portugal deve receber no segundo trimestre do ano as primeiras vacinas da Johnson & Johnson, fármaco cujo pedido de aprovação foi submetido esta terça-feira ao regulador europeu.
“À hora que estamos aqui reunidos deverá estar a ser formalizado o processo junto da Agência Europeia de Medicamentos” (EMA) da vacina produzida pela Janssen, adiantou Rui Santos Ivo na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social.
Segundo o responsável do Infarmed, o novo fármaco da Janssen (companhia farmacêutica da Johnson & Johnson) de toma única entra agora na fase final de avaliação e, “se tudo correr bem” com a avaliação da sua segurança e eficácia, prevê-se que esteja aprovado no próximo mês, com as primeiras entregas de doses previstas para o segundo trimestre deste ano.
No final de Janeiro, o director médico da Janssen afirmou à Lusa que se mantinha o compromisso de disponibilizar na União Europeia as vacinas no segundo trimestre deste ano, altura em que Portugal receberá as primeiras 1,25 milhões de doses.
“O compromisso com a União Europeia é o segundo trimestre de 2021 e este compromisso mantém-se”, garantiu Manuel Salavessa na altura, ao adiantar que as primeiras 1,25 milhões de vacinas da empresa norte-americana contra a covid-19 fazem parte de um lote de 4,5 milhões que o país vai receber ao longo deste ano.
Entretanto, a EMA também adiantou esta terça-feira que deve anunciar em meados de Março se aprova ou não a vacina desenvolvida pela Janssen, uma empresa farmacêutica detida pela Johnson & Johnson.
Em comunicado, a EMA confirma que recebeu o pedido de comercialização condicional para a vacina de dose única, acrescentando que já tem acompanhado o processo e recolhido informação em tempo real, tornando assim possível a revisão rápida do medicamento.
Falta agora avaliar se a “eficácia, segurança e qualidade” da vacina é “suficientemente abrangente e robusta”, lê-se no site do regulador europeu.
A vacina desenvolvida pela Janssen apresentou, em estudos divulgados em Janeiro, uma eficácia de 66% da dose única contra várias variantes. A confirmar-se a luz verde, será a quarta vacina aprovada na Europa, depois dos produtos da Pfizer/BioNTech, da Moderna e da AstraZeneca-Oxford.
O acordo da Johnson & Johnson com a Comissão Europeia prevê para este ano 200 milhões de doses, com uma opção de 200 milhões de doses adicionais.
Doses previstas para o primeiro trimestre devem chegar a tempo
Em relação às vacinas, Rui Santos Ivo diz que “as vacinas que tinham doses contratualizadas e que estavam previstas ser entregues no primeiro trimestre” eram as da AstraZeneca, Pfizer e Moderna. Neste momento, as duas últimas, “de acordo com a informação disponível”, conseguiram recuperar o seu atraso inicial.
“A Pfizer conseguiu recuperar o atraso que se verificou no início e contamos ter no final do primeiro trimestre 1,374 milhões de doses, que é praticamente o volume que estava previsto”, disse. Relativamente à Moderna, a “informação que temos é que serão entregues as 226.800 doses que estavam contratualizadas”, referiu o presidente do Infarmed.
As vacinas da AstraZeneca continuam a ser as mais atrasadas, adiantando que é nessa distribuição que “efectivamente se observa uma redução": estavam previstas cerca de 2,7 milhões de doses, mas não deverão ultrapassar as 930 mil doses nesta fase.
Rui Snatos Ivo adiantou ainda que a CureVac, que está a ser desenvolvida pela farmacêutica alemã Bayer, está ainda “numa fase mais precoce da avaliação”, pelo que não há previsões quanto à sua aprovação, mas poderão ser ainda fornecidas durante o segundo trimestre deste ano, disse.