Covid-19: Rio de Janeiro vai suspender campanha de imunização por falta de vacinas

A suspensão da campanha de vacinação ocorre num momento em que o Brasil enfrenta uma segunda onda da pandemia de covid-19 com uma média de mortes acima de 1050 por dia pelo sétimo dia consecutivo.

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Vacinação da população mais velha no Sambódromo do Rio RICARDO MORAES/Reuters

O Rio de Janeiro, uma das cidades mais afectadas pela pandemia de covid-19 no Brasil, vai suspender provisoriamente a campanha de imunização a partir de quarta-feira por falta de vacinas, anunciou o presidente da câmara municipal, Eduardo Paes.

“Recebi a notícia de que não chegaram novas doses. Teremos de interromper a nossa campanha. Esta segunda-feira vamos vacinar pessoas até 84 anos e na terça-feira maiores de 83 anos”, disse Paes numa mensagem publicada nas redes sociais.

“Já vacinámos 244.852 pessoas e estamos prontos [para continuar ], mas precisamos que a vacina chegue. Um novo lote só deve chegar do Instituto Butantan na próxima semana”, acrescentou.

O Rio de Janeiro tornou-se a primeira cidade no Brasil a confirmar oficialmente a interrupção da vacinação por falta de imunizantes, uma situação para a qual alguns governos regionais e municipais vêm alertando há dias.

A suspensão da campanha de vacinação ocorre num momento em que o Brasil enfrenta uma segunda onda da pandemia de covid-19 com uma média de mortes acima de 1050 por dia pelo sétimo dia consecutivo.

O Brasil iniciou a campanha de imunização contra a covid-19 em 18 de Janeiro com dez milhões de vacinas da farmacêutica Sinovac que foram importadas da China e outros dois milhões de doses do laboratório AstraZeneca importadas da Índia.

Com as doses disponíveis, o Brasil (211 milhões de habitantes) vacinou até ao momento pouco mais de cinco milhões de pessoas, levando-se em consideração que são duas doses por pessoa, o equivalente a 2% da sua população.

Todas as doses disponíveis foram distribuídas e os municípios aguardam agora novas entregas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, que são responsáveis pela etapa final de fabricação das vacinas importadas dos laboratórios Sinovac e AstraZeneca.

A distribuição desses medicamentos só está prevista para o final de Fevereiro, portanto, não só o Rio de Janeiro, mas grande parte dos municípios do país terá de suspender as suas campanhas de imunização enquanto aguardam a chegada de mais vacinas.

Apesar de o Ministério da Saúde garantir que já assegurou a compra de 350 milhões de vacinas e que terá imunizado toda a população brasileira até ao final de 2021, o atraso dos laboratórios na entrega dos imunizantes ameaçam o cumprimento dessa meta.

O Brasil contabiliza 239.245 mortos e mais de 9,8 milhões de casos confirmados de covid-19.