A criação de um gabinete técnico que passe a apoiar a comunidade cultural “de forma gratuita ou muito perto disso” no âmbito da sustentabilidade ambiental é um dos objectivos que a plataforma Gerador quer atingir no primeiro semestre do ano.
A informação foi avançada à agência Lusa pelo presidente da Gerador, Tiago Sigorelho, que acrescenta que esse gabinete técnico estará disponível para ser contactado por qualquer instituição que pretenda fazer uma transição para maior sustentabilidade e não saiba como o fazer.
“Se um teatro em Viseu quisesse fazer esta transição, mas não soubesse a quem recorrer, um técnico deixava um conjunto de recomendações e faríamos isso de uma forma gratuita ou muito perto disso”, exemplifica.
A ideia faz parte do projecto Sobressalto, uma iniciativa que surge da vontade da Gerador de contribuir para que o sector da cultura apoie o esforço contra as alterações climáticas, “um tema que estaria na berra para ser debatido não fosse ter sido ultrapassado pelo da pandemia de covid-19”, afirma Tiago Sigorelho.
O facto de o Gerador ter 17 colaboradores, a maioria com idades abaixo dos 30 anos, faz com que questões como as alterações climáticas e a sustentabilidade sejam “temas muito caros para eles”, frisa. Por isso, resolveram juntar-se à associação Zero para, em conjunto, encontrarem “uma série de ferramentas que já estão disponíveis no site da Gerador, uma espécie de “manual de boas práticas” que permite aos agentes culturais fazerem essa transição verde.”
Para Tiago Sigorelho, a ideia surgiu porque é “cara a todos” e porque havia “um vazio na relação entre a cultura e o ambiente”. Daí que o Sobressalto vá permitir, por exemplo, que pintores possam conhecer quais as tintas mais amigas do ambiente e que através do cartão de sócio Gerador possam adquiri-las com descontos.
“É um projecto que queremos que fique durante anos”, refere o responsável da plataforma, acrescentando que irão também apostar na formação através de cursos e oficinas dedicados à sustentabilidade.
“Na perspectiva jornalística comprometemo-nos a fazer reportagens sobre a sustentabilidade ligada à cultura ou não, assim como a edição da revista de sexta-feira passada foi toda impressa em papel reciclado e para a edição de Maio estamos já a pensar em distribuí-la de modo a que a pegada ambiental seja menor”, conclui Tiago Sigorelho.