Até agora, detectaram-se dois casos da variante da África do Sul em Portugal

Por enquanto, não foi identificado nenhum caso associado à variante inicialmente detectada no Brasil, a 501Y.V3 (P.1).

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Partículas do coronavírus SARS-CoV-2 (a amarelo) NIAID

Até ao momento, em Portugal, estão identificados dois casos associados à variante inicialmente encontrada na África do Sul. Esta é uma das informações do mais recente relatório da situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2, disponibilizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa). Não foi detectado nenhum caso associado à variante 501Y.V3 (P.1), que foi primeiramente identificada no Brasil, sobretudo na região de Manaus.

Este recente relatório, que indica que foram detectados os dois casos da variante da África do Sul (um já tinha sido divulgado), refere que nenhum desses casos foi encontrado na amostragem nacional de 10 a 19 de Janeiro, “o que sugere que a circulação desta variante é ainda limitada em Portugal”. Embora se note que não foi encontrado nenhum caso associado à P.1, revela-se que se detectaram cinco novos casos da variante P.2, que também foi identificada inicialmente no Brasil e está ligada a casos de reinfecção.

Quanto à variante associada ao Reino Unido, foi detectada por sequenciação numa frequência de 16% na amostragem nacional de 10 a 19 de Janeiro. “Esta frequência relativa é concordante com a que foi estimada a partir dos dados de falha na detecção do gene S por RT-PCR [os testes de diagnóstico] para a mesma semana, no âmbito do estudo de monitorização contínua desta variante em colaboração com a Direcção-Geral da Saúde e o laboratório Unilabs, sendo que os resultados obtidos pelas duas estratégias de vigilância indicam que esta variante está amplamente dispersa por todo o território nacional”, lê-se num resumo do relatório no site do Insa.

Por fim, realça-se ainda a emergência de uma variante com uma mutação de interesse na proteína da espícula (responsável pela entrada do SARS-CoV-2 nas células humanas) e que foi detectada com uma frequência relativa de 6,8% na amostragem nacional de 10 a 19 de Janeiro. Esta variante já tinha estado associada a três casos na amostragem de Novembro de 2020, mas agora já há 57 casos em 32 concelhos, que correspondem a nove distritos de Portugal continental e a Região Autónoma dos Açores, “indicando alguma dispersão a nível nacional”.

Até agora, no Estudo da Diversidade Genética do Novo Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19) em Portugal (que permite que se façam estes relatórios), analisaram-se 3261 sequências do genoma do SARS-CoV-2, vindas de amostras de 71 laboratórios, hospitais e instituições, representando 235 concelhos. Além do Insa, este trabalho é desenvolvido pelo Instituto Gulbenkian de Ciência e pelo Instituto de Biomedicina da Universidade de Aveiro. Desde o último relatório de 12 de Janeiro, foram analisadas mais 919 sequências, incluindo 532 sequências obtidas de amostras recolhidas entre 10 e 19 de Janeiro, bem como 199 sequências de amostras suspeitas das variantes associadas ao Reino Unido, África do Sul e Brasil ou de outros estudos específicos.

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