Glaciar esmaga barragem na Índia. Inundação matou 14 pessoas
Foram encontradas 15 pessoas com vida, de acordo com as autoridades, que falam ainda numa centena de desaparecidos, a maioria trabalhadores de uma barragem. As operações vão continuar nas próximas horas.
Um glaciar que se partiu em Joshimath, no estado indiano de Uttarakhand, atravessado pelos Himalaias, destruiu uma barragem, o que provocou inundações que forçaram a retirada de população de várias aldeias. Morreram 14 pessoas e foram já resgatadas 15 pessoas, de acordo com as autoridades na manhã desta segunda-feira. Mais de 150 pessoas foram dadas como desaparecidas na sequência do acidente.
De acordo com o jornal indiano Hindustan Times, todos os desaparecidos trabalhavam na barragem, onde se encontravam cerca de 100 trabalhadores. As operações de busca e salvamento vão continuar nas próximas “24 a 48 horas”, disse Satya Pradhan, coordenador da equipa nacional de resposta a desastres.
“Veio muito depressa, não houve tempo para alertar ninguém”, disse à Reuters Sanjay Singh Rana, que mora na parte superior da aldeia de Raini, que ficou inundada. Vídeos publicados nas redes sociais mostram a água a arrastar consigo partes da barragem, bem como outras construções.
A Força Aérea indiana foi chamada para as operações de busca e salvamento, assim como outras unidades especializadas, segundo o ministro do Interior, Amit Shah. As Forças Armadas vão deslocar para o local 600 militares.
“Todos os envolvidos estão a trabalhar numa lógica de guerra”, disse Amit Shah no Twitter.
Segundo a ITBP, o desastre aconteceu eram 10h45, hora local. Quando o glaciar se partiu, libertou água e lama que retinha, o que fez “aumentar exponencialmente o caudal do rio”. Em consequência, “o projecto hidroeléctrico de Rishiganga, perto de Raini, ficou completamente devastado”, diz o comunicado da polícia fronteiriça.
As águas levaram, além de pessoas e casas, pontes, estradas e “seis pastores com os seus rebanhos também foram arrastados”, diz a ITBP.
O ministro-chefe de Uttarakhand, Trivendra Singh Rawat, disse que entretanto o caudal do rio Alaknanda começou a voltar ao normal.
Outras barragens a jusante foram abertas para permitir a passagem de um caudal de água maior e facilitar as operações a montante, onde o desastre ocorreu. O rio Alaknanda é um dos cursos de água que confluem para formar o rio Ganges, um dos maiores do mundo.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse no Twitter que está a acompanhar a situação. “A Índia está com Uttarakhand e a nação reza pela segurança de todos”, escreveu.