Número de alunos em ensino presencial por razões excepcionais vai disparar
As escolas vão estar atentas para “identificar as situações de alunos em abandono escolar e informar o Encarregado de Educação de que o aluno deve realizar as actividades lectivas em regime presencial”.
Mais de 1.600 alunos frequentaram na semana passada as cerca de 700 escolas de acolhimento abertas um pouco por todo o país. A meio desta semana, o número de alunos ultrapassava já os 2.500, segundo dados do Ministério da Educação. Estas escolas estão abertas para receber os filhos de trabalhadores essenciais, mas também crianças com necessidades educativas especiais e algumas famílias que reconheceram não ter capacidade para dar apoio aos alunos também estão já estão a procurar desta alternativa. Mas o número pode disparar a partir desta segunda-feira, dia em que cerca de 1,2 milhões de alunos do 1.º ao 12.º ano voltam a ter aulas à distância, à semelhança do que aconteceu no passado ano lectivo.
Nas instruções que os agrupamentos escolares enviaram esta semana para os encarregados de educação, estes já eram alertados para a possibilidade de recorrerem ao ensino presencial, se não tiverem condições em casa para acompanhar as aulas online, quer por dificuldades de equipamentos informático, acesso à internet ou mesmo condições de habitabilidade. O Agrupamento de Escolas Rainha Dona Leonor, em Lisboa, por exemplo, avisa, no documento “Informação aos pais - Início das actividades lectivas - Ensino à distância” que está disponível na sua página online, que as escolas vão estar atentas para “identificar as situações de alunos em abandono escolar e informar o Encarregado de Educação de que o aluno deve realizar as actividades lectivas em regime presencial”.
Nas escolas de acolhimento, que já receberam alunos durante estas duas semanas de pausas lectivas, o dia de aulas dos alunos tem sido semelhante ao das crianças que estão em casa. Apesar de estarem numa sala de aula, a ideia é que façam o trabalho sozinhos.
À Lusa, a directora do Agrupamento de Escolas de Soure, Luísa Pereirinha, explicou que haverá um professor na sala para dar apoio aos alunos, tal como daria um pai em casa. Em caso de terem dúvidas, devem perguntar aos professores que estão a dar as aulas online. Já quando não há aulas síncronas, será o professor presente na sala a ajudar.
Na próxima semana, as aulas vão dividir-se em dois tempos neste agrupamento: de manhã os alunos têm Estudo em Casa, programa televisivo com blocos de aulas, e à tarde têm aulas síncronas com os seus professores.