Renovação francesa e calendário irlandês ameaçam Inglaterra no Seis Nações

Após vencer a competição em 2020, a selecção inglesa de râguebi volta a ser a favorita para conquistar a 127.ª edição do Torneio das Seis Nações.

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A Inglaterra é a favorita ao triunfo no Torneio das Seis Nações Reuters/Andrew Boyers

O torneio do ano passado não esteve imune à covid-19 – a última jornada, agendada para 14 de Março, foi disputada apenas a 31 de Outubro devido à pandemia -, mas acabou por consagrar a Inglaterra, favorita após conquistar o estatuto de vice-campeã mundial poucos meses antes. Para a 127.ª edição da mais importante competição de râguebi do Hemisfério Norte, a equipa de Eddie Jones volta a ser o principal candidato, mas o “XV da rosa” terá que ultrapassar duas sérias ameaças: a qualidade da renovada selecção francesa e o calendário favorável dos (quase sempre) fiáveis irlandeses.

São vice-campeões do mundo, venceram no ano passado o Torneio das Seis Nações e a primeira edição da Taça das Nações, e continuam a ter jogadores com experiência e qualidade de Itoje, Vunipola, Farrell, George ou May, entre outros, sob a sua liderança de um dos mais consagrados técnicos mundiais: o australiano Eddie Jones.

Com estes atributos, a Inglaterra vai entrar esta tarde (16h45, SPTV3) em Twickenham para defrontar a Escócia com o peso nos ombros de ser a detentora do título e a selecção favorita, mas se para o duelo com os escoceses é pouco provável que o “XV” inglês se deixe surpreender, para o resto da competição a tarefa de Eddie Jones afigura-se mais complicada.

A principal ameaça para os detentores do título vem do outro lado do canal da Mancha. Após vários anos de angústia para os “bleus com desempenhos medíocres no Seis Nações e Mundiais (2015 e 2019), a federação francesa, liderada por Bernard Laporte, foi forçada a mudar quase tudo, com um objectivo em mente: o Mundial 2023, onde o “XV de France” vai jogar em casa.

O plano inicial de Laporte passava por colocar o desacreditado râguebi francês nas mãos de um estrangeiro, mas a proposta contou com resistência interna e o escolhido acabou por ser Fabien Galthié, antigo treinador de três dos principais clubes do top-14: Stade Français, Montpellier e RC Toulon.

Com talento ao seu dispor (os franceses foram campeões do mundo de sub-20 em 2018 e 2019), Galthié iniciou após o Mundial do Japão uma renovação profunda, mas, apesar de o projecto ser a médio prazo, o impacto foi imediato: na edição do ano passado, os “bleus” derrotaram a Inglaterra em Saint-Denis e terminaram a prova com os mesmos pontos dos ingleses.

Com uma nova geração repleta de habilidade (Marchand, Cretin, Alldritt, Jalibert, Vincent, Ntamack e Carbonel), a França contará ainda com a influência de um dos nomes do momento no râguebi mundial: o formação Antoine Dupont, o melhor jogador da edição de 2020.

Apesar de ser claramente favorita neste sábado, no jogo inaugural da prova, em Itália (14h15, SPTV3), a França tem contra si o calendário: apenas dois jogos no Stade de France e deslocações a Londres e Dublin.

Se para a França o calendário pode ser um entrave, para a Irlanda será um aliado importante. Os irlandeses, a par da Escócia, surgem num segundo patamar de favoritismo (o actual momento do País de Gales não é o melhor – três vitórias nos últimos dez jogos), mas têm a enorme vantagem de receberem, em Dublin, a Inglaterra e a França.

Porém, para ambicionar reeditarem a vitória de 2018 no torneio, Healy, Murray, Sexton e companhia terão que derrotar neste domingo o País de Gales em Cardiff (15h, SPTV4).

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