As feiticeiras do voleibol e a lagosta sagrada no Festival de Roterdão
Eis o festival de Roterdão a virar-se para Oriente com Les Sorcières de l’Orient e a trazer coisas verdadeiramente novas dos lados da China em Bipolar e As We Like It.
O anterior filme de Julien Faraut, sobre o tenista John McEnroe, chamava-se O Império da Perfeição — o título podia ser aplicado sem tirar nem pôr a Les Sorcières de l’Orient (Big Screen Competition), que o realizador francês trouxe ao festival de Roterdão em estreia mundial. Porque uma das coisas que saltam à vista na equipa japonesa de voleibol feminino que ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964, é a absoluta, obsessiva, quase maníaca procura da perfeição. Entrevistadas nos nossos dias, já septuagenárias activas, as jogadoras ainda vivas falam de treinos que se prolongavam até às duas, três da manhã, forçadas ao limite por um treinador que, durante a Segunda Guerra Mundial, tinha sobrevivido na selva da Birmânia. O recorde da equipa — 258 vitórias consecutivas sem uma única derrota — nunca foi ultrapassado.
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