Crédito à habitação foi o único a crescer em 2020

Volume de novo crédito ao consumo e para outros fins caiu no conjunto do ano. Taxas de juro renovaram mínimos históricos, caindo a média no crédito à habitação para 0,8% em Dezembro. Empréstimos para comprar casa terminam 2020 em máximos de 12 anos

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Miguel Manso

O mercado de compra e venda de casas esteve animado no último ano, apesar das consequências sociais e económicas da pandemia de covid-19, como mostra o volume de empréstimos para compra de habitação, que totalizam 11,4 mil milhões de euros em 2020, mais 800 milhões de euros que no ano anterior.

Segundo os dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta quinta-feira, para o crescimento verificado no último ano contribuíram os mais de 1,2 mil milhões concedidos em Dezembro, novo máximo mensal desde 2008.

Mas se o crédito à habitação cresceu, o destinado à compra de bens de consumo e outros fins caiu. No total, o crédito ao consumo totalizou 4,3 mil milhões de euros, abaixo dos 5,3 mil milhões de 2019; e para outros fins ficou em 2,2 mil milhões, contra 2,3 mil milhões no ano anterior.

As taxas de juro de novas operações de crédito a particulares continuaram com a tendência de descida que caracterizou o ano de 2020. Em Dezembro, a taxa média do crédito à habitação caiu para 0,8%, menos 30 pontos base relativamente ao período homólogo, novo mínimo histórico, pelo quinto mês consecutivo.

No crédito ao consumo e para outros fins, as taxas de juro médias foram de 6,09% (6,55% em Dezembro de 2019) e de 2,97% (3,74% em Dezembro de 2019), respectivamente.

O total de crédito concedido aos particulares ascendeu a 18,2 mil milhões de euros, ligeiramente acima dos 17,9 mil milhões registados em 2019, revelam os dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta quinta-feira, 4 de Fevereiro.

Nos depósitos de particulares, o volume de novas operações em 2020 e a taxa de juro média dos novos depósitos até um ano (em Dezembro), representam novos mínimos históricos. O volume de novas operações foi de 43,6 mil milhões de euros, montante abaixo dos 56,3 mil milhões de euros registados em 2019. A taxa de juro média dos novos depósitos, até um ano, diminuiu um ponto base face a Dezembro de 2019, para 0,06%.

Na vertente das empresas, o volume de novos empréstimos totalizou 33,6 mil milhões de euros, um acréscimo de 0,8 mil milhões de euros em relação a 2019.

Em Dezembro, a taxa de juro média dos novos empréstimos neste segmento caiu 12 pontos base face a Dezembro de 2019, para 2,00%. 

Nos depósitos, a taxa de juro média dos novos depósitos de empresas, até um ano, foi de 0,02%, menos quatro pontos base do que em Dezembro de 2019, o que corresponde a um novo mínimo histórico da série. Em volume, os depósitos ascenderam a 13,3 mil milhões de euros, abaixo dos 15,4 mil milhões de euros no período homólogo.

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