Técnico da Casa da Música há 15 anos, André Silva não tem trabalho nem apoios
Dispensado em Março, está desde Setembro sem quaisquer rendimentos, enquanto tenta demonstrar em tribunal que a sua longa relação laboral com a instituição corresponde a um contrato de trabalho dissimulado. É um dos 37 falsos recibos verdes que a Autoridade para as Condições do Trabalho identificou na instituição em 2020.
Técnico de palco, André Silva já trabalhava com a Orquestra Sinfónica do Porto, à época sediada no Mosteiro de São Bento da Vitória, quando, em Abril de 2005, transitou para a equipa da Casa da Música, que então abria finalmente as portas. Tinha 23 anos. Agora tem 39, e depois de 15 anos de trabalho regular, e reconhecidamente apreciado pelos seus superiores hierárquicos, a instituição dispensou-o em meados de Março de 2020, no primeiro confinamento, não lhe tendo pago sequer as horas de serviço que já lhe havia marcado até ao final desse mês. “Recebi durante algum tempo o apoio para trabalhadores independentes por suspensão total da actividade, mas isso acabou e desde Setembro que não tenho quaisquer rendimentos”, contou ao PÚBLICO este técnico, um dos 37 falsos recibos verdes que a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) identificou na Casa da Música, cuja administração André Silva defronta neste momento em tribunal.
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