Covid-19: Açores reabrem escolas até ao 2.º ciclo e passa a ser obrigatório teste ao 12.º dia para quem chega à região

Em quatro dos seis concelhos de São Miguel as escolas do pré-escolar e do primeiro e segundo ciclo vão reabrir. Região tem vindo a registar uma diminuição do número de casos.

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Quem viajar de São Miguel e Terceira para outras ilhas fica sujeito às novas regras rui pedro soares

A pandemia continua incontrolável em Portugal e o cenário é cada vez mais dramático nos hospitais portugueses, mas a situação não é igual em todo o país. Nos Açores, perante a diminuição do número de casos nas últimas semanas, o governo regional decidiu flexibilizar algumas medidas aplicadas para controlar a pandemia. A começar pelas escolas.

Na ilha de São Miguel, a que regista o maior número de casos de covid-19, foi decidido, a 7 de Janeiro, encerrar todas as escolas de todos os níveis de ensino, que desde daí funcionam em ensino à distância. Esta quinta-feira foi anunciado que algumas já vão poder reabrir na próxima segunda-feira para retomar o ensino presencial.

Em conferência de imprensa, o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, anunciou que na maioria dos concelhos da ilha de São Miguel – Ponta Delgada, Lagoa, Nordeste e Povoação —, considerados de médio risco para a propagação da covid-19, o ensino presencial vai ser permitido no pré-escolar e no primeiro e segundo ciclo. Já o terceiro ciclo e o ensino secundário vão continuar com aulas à distância. Nos concelhos de Vila Franca do Campo e Ribeira Grande, considerados de risco elevado, as escolas de todos os ciclos continuarão encerradas e as aulas continuarão a ser virtuais.

O responsável pela Saúde no Governo dos Açores também anunciou mudanças para quem chega à região. Além de um teste negativo feito até 72 horas antes do voo e da obrigação de um teste obrigatório ao sexto dia, vai passar a ser exigido também um teste ao 12.º dia de permanência na região. “Isto decorre da avaliação epidemiológica que está a ser feita e sobretudo da detecção de casos que trazem o teste negativo para a viagem, testem negativo ao sexto dia e por uma razão ou outra é detectado que após essa data têm teste positivo”, afirmou Clélio Meneses, acrescentando que existem situações em que “a carga viral só se manifesta após o sexto dia”.

Desde a primeira vaga que os Açores implementaram a obrigação de teste ao sexto dia. A partir da próxima semana, passará a ser obrigatório, também, um teste ao 12.º dia. A regra irá aplicar-se não só aos passageiros que chegam aos Açores, mas também dentro do arquipélago para quem viajar de São Miguel e Terceira (ilhas com transmissão comunitária) para outras ilhas.

Rabo de Peixe vai continuar sob cerca sanitária

A restante conferência de imprensa do secretário regional da Saúde foi destinada a prolongar por mais uma semana as medidas que já estavam em vigor. Assim, na ilha de São Miguel, a única com elevado risco de contágio, os cafés e restaurantes só podem abrir presencialmente até às 15h e continuará a vigorar o recolher obrigatório das 20h às 5h durante a semana e das 15h às 5h ao fim de semana. As restrições serão avaliadas semanalmente.

Rabo de Peixe vai continuar sob cerca sanitária, uma vez que continua a registar um aumento da propagação da covid-19. Aquela vila piscatória é a freguesia com mais infectados na região: 197. Para colocar o número em perspectiva, a segunda freguesia com mais casos positivos é a da Ponta Garça, também em São Miguel, com 43 infectados.

Na próxima semana, anunciou o secretário regional, chegarão 9750 doses de vacinas contra a covid-19 ao arquipélago. “É importante que todos os açorianos percebam que esse pode ser um momento de viragem”, afirmou Clélio Meneses, pedindo “contenção” para “conter a propagação da doença”

Depois do aumento de casos nos primeiros dias de Janeiro, ao longo das últimas semanas os Açores têm estando em contraciclo com o resto do país, registando uma diminuição do número de infectados.

A região tem actualmente 483 casos activos: 418 em São Miguel, 46 na Terceira, 15 no Faial, dois no Pico, um nas Flores e outro no Corvo. Há uma semana, a 21 de Janeiro, existiam 643 infectados (621 dos quais em São Miguel) e há duas, a 14 de Janeiro, o arquipélago registava 846 casos de covid-19 (806 em São Miguel).

Desde o início da pandemia, contabilizam-se 3526 casos de infecção pela covid-19 no arquipélago e 25 pessoas faleceram na região que a cinco de Junho de 2020 chegou a registar zero casos activos

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