Apenas 15% dos doentes transportados em ambulância para o Santa Maria justificam urgência hospitalar
Dado é transmitido pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, num comunicado que apela à população para usar este transporte apenas nos casos mais graves.
Nos últimos dias, as imagens das filas de ambulância à porta da urgência do Hospital Santa Maria têm sido transmitidas nos espaços informativos, uma pressão evidente para os serviços de urgência desta unidade hospitalar. Para dar conta a este fluxo de pacientes, a urgência covid-19 do Santa Maria será ampliada de 33 para 51 postos de atendimento em simultâneo, operação que estará concluída no próximo fim-de-semana, informa o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) em comunicado divulgado esta quarta-feira.
Na mesma nota informativa, o CHULN deixa um alerta para o transporte em ambulância, dizendo que apenas uma pequena percentagem destes pacientes representa casos de urgência hospitalar.
“Quase metade dos utentes são transportados de ambulância, mas destes só 15% apresentam situações que justificam o recurso a uma urgência hospitalar. Os restantes 85% são triados com prioridade verde ou azul, representando uma sobrecarga evitável, na medida em que o local de atendimento previsto para estas situações são os centros de saúde, que dispõem de um atendimento específico para estes doentes”, escreve o CHLN.
É dito por isso que a população apenas deverá recorrer ao transporte de ambulância em “situações justificadas”. Para os outros casos, a opção deverá ser uma visita ao centro de saúde nas “situações de ausência ou sintomas ligeiros”, libertando espaço para o tratamento dos doentes mais graves e aliviando a sobrecarga sentida pela unidade hospitalar.
“O CHULN está também a diligenciar junto da Saúde 24 para que os utentes enviados com situações de baixa prioridade clínica passem a ser encaminhados para os centros de saúde. Pese embora a grande afluência e sobrecarga, os profissionais do Hospital de Santa Maria garantem a observação dos doentes, e apesar da situação de sobreesforço em que se encontra, o CHULN continua a adaptar o seu plano às necessidades assistenciais da região”, conclui o comunicado.