Revisores da CP querem fazer parte do grupo prioritário de vacinação

Revisores contestam exclusão de lista de profissionais com acesso prioritário à vacina e relembram que cumprem uma actividade considerada essencial pelo Estado durante a pandemia. O sindicato está a preparar um pedido oficial ao Governo para a inclusão destes trabalhadores no grupo prioritário.

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A CP já fez chegar à tutela um pedido para que os profissionais sejam considerados prioritários Sergio Azenha

Os revisores da Comboios de Portugal (CP) pedem para fazer parte da lista de profissionais com acesso à vacinação prioritária, depois da morte de um revisor da linha de Cascais que contraiu o novo coronavírus, anuncia o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) em comunicado divulgado esta terça-feira.

A morte do revisor de 63 anos por covid-19 leva o SFRCI a alertar para os riscos elevados que estes profissionais enfrentam ao abordarem os passageiros e a reivindicar a inclusão dos mesmos no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19. “Os trabalhadores operacionais do comercial em geral, e os revisores em particular, por via das suas funções, contactam diariamente com centenas de utentes, estando numa situação de exposição ao risco de infecção muito elevada”, lê-se no comunicado.

Ao PÚBLICO, Luís Bravo, presidente do SFRCI, reforça que a actividade implica “um contacto directo centenas de pessoas no dia-a-dia”, o que tem gerado insegurança entre os profissionais. O presidente denuncia a necessidade de “mais cautela e vigilância”, uma vez que nem têm “sido sujeitos a fazer testes rápidos”. Esta preocupação é motivada pelo surto que tem fragilizado a zona urbana de Lisboa, “culminando com o falecimento de um revisor de 63 anos hoje, que trabalhava na linha de Cascais”.

O sindicato relembra que “os trabalhadores da CP em geral, e os revisores em particular, estão incluídos no grupo de trabalhadores essenciais” durante a pandemia. Luís Bravo nota que esse mesmo “regime de excepção” tem garantido que não sejam “suprimidos comboios por falta de trabalhadores”, questionando, então, a razão de não serem considerados prioritários na vacinação como os bombeiros, trabalhadores do INEM e polícias.

A mesma fonte avança que o sindicato se encontra a ultimar um pedido formal, que deverá fazer chegar ao Governo até quarta-feira. “Já tínhamos comunicado essa situação ao conselho de administração da CP, e iremos fazer um ofício ao senhor ministro das Infra-estruturas, para ver se há essa possibilidade de nos incluírem nos grupos prioritários”.

O PÚBLICO apurou que também a CP já fez chegar à tutela um pedido para que os profissionais mais expostos ao risco de infecção sejam considerados prioritários.

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