Covid-19: medicamento espanhol reduz quase totalmente carga viral do SARS-CoV-2

Experiências em ratinhos do fármaco plitidepsina (usado em tumores) concluíram, para já, que reduzia em 99% a carga viral do SARS-CoV-2 nos pulmões dos animais. Agora é preciso reproduzir estes resultados em pessoas.

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O Aplidin (plitidepsina) produzido pela empresa espanhola PharmaMar David Fernandez/EPA
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David Fernandez/EPA

Um medicamento espanhol testado em ratinhos, por cientistas em França e nos Estados Unidos, demonstrou uma redução quase total da carga viral do novo coronavírus, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Science.

Em experiências realizadas em animais com o fármaco plitidepsina, medicamento com autorização limitada no tratamento do mieloma múltiplo (um cancro na medula óssea), o resultado foi uma eficácia antiviral e toxicidade prometedoras, segundo a empresa espanhola que o produz, a PharmaMar, com elementos na equipa que assina o artigo científico. Os autores alegam que a plitidepsina é o composto que demonstrou ser mais eficaz nessas experiências e defendem que deve ser testado em ensaios clínicos (em pessoas) alargados.

Em duas experiências animais diferentes em que havia infecção com o SARS-CoV-2, foi alcançada uma redução de 99% das cargas virais nos pulmões tratados com plitidepsina.

No artigo publicado na Science, os investigadores notam que, embora a toxicidade seja uma preocupação em qualquer antiviral, o perfil de segurança da plitidepsina em humanos está comprovado.

O medicamento age bloqueando uma proteína humana (a eEF1A) que está presente nas células e que é usada pelo novo coronavírus para se reproduzir e infectar outras células. “Acreditamos que os nossos dados e os resultados positivos iniciais do ensaio clínico da PharmaMar sugerem que a plitidepsina deve ser seriamente considerada para ampliar os ensaios clínicos de tratamento da covid-19”, consideram os investigadores em comunicado da empresa desta terça-feira.