Sete em cada dez concelhos do país estão no nível máximo de contágio por covid-19

São agora 215 concelhos em Portugal no nível mais alto de incidência por cem mil habitantes, mais 60 do que na semana anterior. É uma subida de quase 40% face à semana passada.

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Os dados da incidência mostram que o ritmo de contágio tem aumentado na maioria dos concelhos do país Ricardo Lopes

O boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) desta segunda-feira dá conta de 215 concelhos de Portugal no nível de “risco extremamente elevado” de contágio por covid-19, cerca de 70% do total de municípios do país – são mais 60 do que na actualização anterior, um aumento de 38,7%.

Depois de liderar a lista divulgada na semana passada, o concelho de Cuba, no distrito de Beja, é o que tem a segunda maior taxa de incidência no país — no período de 5 a 18 de Janeiro. Este indicador de novos casos por cem mil habitantes a 14 dias (o método utilizado pela DGS para comparar municípios com diferentes realidades populacionais) é agora liderado por Aguiar da Beira, na Guarda, com 6255 novos casos por cem mil habitantes entre 5 e 18 de Janeiro – é a maior taxa de incidência registada no país desde o início da pandemia.

A Aguiar da Beira e Cuba (6224 novos casos) seguem-se Figueira de Castelo Rodrigo (Guarda) com 5534 novos casos por cem mil habitantes, Alter do Chão (Portalegre) com 4234, Fornos de Algodres (Guarda) com 4196, Penalva do Castelo (Viseu) com 3781, Borba (Évora) com 3652, Góis (Coimbra) com 3417, Ferreira do Zêzere (Santarém) com 3355 e Alcácer do Sal (Setúbal) com 3276. À semelhança de semana passada, seis dos dez concelhos são da região Centro, ainda que com algumas diferenças: Mêda (Guarda) e Vila Nova de Poiares (Coimbra) saíram dos dez com maior taxa de incidência e foram substituídos por Penalva do Castelo e Góis. Miranda do Douro (Bragança) e Nisa (Portalegre) também viram a incidência diminuir e deram lugar a Ferreira do Zêzere e Alcácer do Sal.

Os dados da incidência a 14 dias de 5 a 18 de Janeiro mostram ainda que o ritmo de contágio tem aumentado na maioria dos concelhos do país, com a taxa de incidência a subir em 252 concelhos, cerca de 82% do total nacional.

Esta variação é liderada também pelo município de Aguiar da Beira, com um aumento da incidência de 2149, seguido por Sernancelhe (Viseu), que passou de 1186 novos casos por cem mil habitantes para 3225 na actualização mais recente da DGS (mais 2039), e Arronches (Portalegre), que subiu dois níveis na escala de risco ao passar de 319 novos casos por cem mil habitantes para 1950 (mais 1631). Seguem-se Alfândega da Fé (Bragança) e Penalva do Castelo, com subidas da incidência de 1605 e 1603, respectivamente.

Apenas 47 municípios viram uma descida da incidência. Destes, 25 estão no nível de “risco extremamente elevado”, incluindo o concelho com a maior descida deste indicador: Mêda, que fazia parte dos dez mais afectados do relatório de situação de semana passada, passou de 4600 novos casos para 2965 (menos 1635). Miranda do Douro, também presente nos concelhos com maior incidência da semana anterior, foi o outro concelho com uma descida acima do milhar (menos 1259). As descidas verificadas em concelhos no nível mais elevado de risco de contágio só foram suficientes para a descida ao segundo patamar (de 480 a 959,9 novos casos por cem mil habitantes) em Vidigueira (Beja), de 1851 para 926, e Mourão (Évora) de 1592 para 816.

Ainda assim, aumentou o número de municípios com descidas consideráveis da incidência: na última actualização, apenas três concelhos tinham reduções acima dos três dígitos; esta semana foram 27.

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