Conte vai demitir-se amanhã e tentar formar um novo governo em Itália
Primeiro-ministro italiano pretende receber um novo mandato do Presidente Mattarella para chefiar o seu terceiro executivo e ultrapassar a crise política.
Giuseppe Conte decidiu convocar um Conselho de Ministros extraordinário para terça-feira de manhã, onde irá apresentar a sua demissão.
Ao fim de vários dias de buscas de apoios para manter o Governo à tona, com nova derrota à vista no Senado italiano e com o intuito de poder enfrentar a crise económica e pandémica que afecta a Itália com poderes reforçados, o primeiro-ministro pretende, com esta jogada, receber um mandato renovado do Presidente, Sergio Mattarella, para tentar formar o seu terceiro executivo.
“[Conte] vai informar os seus ministros da sua intenção de se demitir. Depois vai encontrar-se com o Presidente Mattarella”, lê-se na nota divulgada esta segunda-feira à tarde pelo Governo italiano. A reunião dos ministros italianos está agendada para as 9h (8h em Portugal continental).
O primeiro-ministro procura novos parceiros depois de ter perdido o apoio dos senadores do partido Itália Viva (centro-esquerda), de Matteo Renzi, ex-líder do Partido Democrático (centro-esquerda) – partido que, com o Movimento 5 Estrelas (anti-sistema), sustenta a actual solução de Governo.
Conte alerta para as consequências negativas de um cenário de eleições para tentar ganhar tempo e apoios, numa altura em que Itália precisa, mais do que nunca, de accionar os milhões do fundo de recuperação da União Europeia para combater a pandemia e a crise económica.
A solução pode até passar por uma coligação de partidos de vários quadrantes políticos, incluindo deputados e senadores independentes, da Itália Viva ou mesmo da Força Itália, de Silvio Berlusconi.
Conte, um dirigente político sem filiações partidárias assumidas, chegou à liderança do Governo italiano em 2018, na altura sustentado pelo Movimento 5 Estrelas, de Luigi di Maio, e a Liga (extrema-direita), de Matteo Salvini.
Em 2019, porém, a Liga retirou a confiança ao primeiro-ministro, de olho em eleições antecipadas, mas Renzi e o Partido Democrático entraram em cena e apoiaram um novo governo, com Conte ao leme.