Congresso ibérico sobre mobilidade em bicicleta debate a “era da infra-estrutura”
Barcelos acolhe em Abril iniciativa da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta e da congénere espanhola ConBici.
Barcelos acolhe em Abril o 17.º Congresso Ibérico A Bicicleta e a Cidade, este ano dedicado à “Era da Infra-estrutura”. Muito condicionada, mas não travada, pela pandemia, a iniciativa da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de bicicleta (FPCUB) e da congénere espanhola Conbici há-de realizar-se presencialmente, mas a organização já está preparada também para assegurar a participação e emissão online de um evento que terá duas edições este ano, fruto do cancelamento das sessões prevista para Outubro de 2020 em Barcelona.
O ano de 2021 será rico em debates em torno da mobilidade em bicicleta. O congresso de Barcelos antecede o Velo City, que decorrerá em Junho, em Lisboa, e em Outubro decorrerá então a edição espanhola de A Bicicleta e a Cidade, explicou ao PÚBLICO Irina Guerreiro, membro do Conselho Consultivo para a Mobilidade Sustentável da FPCUB. Os debates surgem em plena pandemia, situação que impulsionou um incremento do recurso à bicicleta em muitas cidades do mundo, e levou a alterações no espaço público urbano de muitas delas, em favor das deslocações em duas rodas.
Neste momento, e até ao final de Fevereiro, está aberta a submissão de propostas de comunicação para os painéis agendados para 15, 16 e 17 de Abril, nos temas Bici-Economia e Turismo; Reorganizar as Cidades; A Bicicleta e a Tecnologia; A Bicicleta, a Saúde e o Planeta; A Bicicleta na Comunidade; Modos Activos e Transportes Públicos. Apesar dos condicionalismos, a organização espera ter cerca de cem oradores e uma profícua troca de experiências sobre o que se está a fazer, nesta área, nos dois países.
Barcelos quer dar mais espaço às biclas
Esta segunda-feira, o município de Barcelos assumiu que a realização do evento na cidade “representa uma excelente oportunidade para cimentar as boas práticas no domínio da mobilidade ciclável que estão a ser pensadas e implementadas” no seu espaço urbano. A autarquia garante que está apostada em criar mais condições infra-estruturais para o uso da bicicleta no dia-a-dia, com construção de ciclovias, indo ao encontro, por exemplo, da adesão do Politécnico do Cávado e Ave ao projecto UBike, e promete instalar o seu sistema de bicicletas partilhadas, com 500 biclas disponíveis.
Em comunicado, o município explica, também, que pretende integrar a bicicleta numa mobilidade assente numa rede de transportes públicos (que levará brevemente a concurso). “A futura rede alargada de autocarros urbanos será uma peça fundamental, tal como as ligações a parques de estacionamento e interfaces como a estação ferroviária assegurarão facilidade na transição de modo de transporte”, adianta a autarquia.