Ataque ao Capitólio: detida apoiante de Trump suspeita de querer vender computador de Pelosi à Rússia
FBI investiga hipótese de Riley June Williams, de 22 anos, ter tentado vender o computador à Rússia. Mais de cem pessoas já foram detidas e mais de 200 suspeitos identificados desde a invasão do Capitólio.
A principal suspeita do roubo de um computador do gabinete da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, durante a invasão do Capitólio, foi detida na segunda-feira pela polícia federal. O FBI está a investigar a possibilidade de a mulher ter tentado vender o computador à Rússia.
Riley June Williams, de 22 anos, foi identificada pelo FBI no domingo e acabou por ser detida na segunda-feira no estado da Pensilvânia.
Na origem do mandado de detenção contra Williams estão as acusações de invasão de propriedade e de conduta desordeira, não existindo, para já, qualquer acusação de roubo.
No entanto, de acordo com a imprensa norte-americana, o FBI está a seguir uma pista dada por um ex-namorado da mulher, que a identificou num vídeo divulgado por um grupo de amigos, e que garante que Williams pretendia enviar o computador para um amigo na Rússia. O objectivo seria vender o dispositivo aos Serviços de Inteligência Estrangeira (SVR, na sigla inglês) da Rússia.
No dia 8 de Janeiro, dois dias após a invasão do Capitólio, Drew Hammill, um porta-voz de Nancy Pelosi, revelou no Twitter que, durante o ataque, um computador utilizado sobretudo para apresentações foi roubado do gabinete da presidente da Câmara dos Representantes.
O possível roubo de dispositivos electrónicos foi uma das principais preocupações das autoridades norte-americanas. O procurador-geral interino, Michael Sherwin, admitiu que podiam estar em causa “questões de segurança nacional”.
A mãe de Riley June Williams, que vive em Harrisburg, na Pensilvânia, disse à ITV que a sua filha começou a interessar-se repentinamente pela extrema-direita e que é uma fervorosa apoiante de Donald Trump.
Já o pai, que vive em Camp Hill, revelou que viajou da Pensilvânia rumo a Washington no dia 6 de Janeiro com a sua filha, para protestarem contra a certificação dos resultados eleitorais pelo Congresso. Pai e filha separaram-se durante a tarde e voltaram juntos para casa ao final do dia, segundo a AP.
Após a invasão do Capitólio, que causou cinco mortos, incluindo um polícia, Williams mudou de número de telemóvel e apagou todas as suas contas nas redes sociais. À mãe, disse que iria estar ausente durante algumas semanas.
As autoridades norte-americanas continuam a investigar a invasão do Capitólio e mais de cem pessoas já foram detidas e mais de 200 suspeitos foram identificados.
Os Estados Unidos estão em alerta máximo perante a ameaça de novos ataques, principalmente de grupos de extrema-direita, durante a tomada de posse de Joe Biden, que se realiza na quarta-feira.